FMI aumenta previsão de crescimento do país: “Economia resiliente”

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Os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem um crescimento para o Brasil no curto prazo, antes de se intensificar e atingir 2,5% ao ano no médio prazo. Esta taxa representa uma revisão positiva em comparação com a previsão anterior de 2% feita no ano passado.

Por Fernando Miller, compartilhado de DCM




FMI melhora a previsão de crescimento do Brasil. Ilustração: Suno

Esta avaliação foi elaborada após a visita do corpo técnico do FMI ao Brasil, liderada por Ana Corbacho e Daniel Leigh, entre os dias 15 e 27 de maio. O documento é parte da preparação do relatório baseado no “Artigo IV”, um documento anual que analisa a situação econômica dos países-membros da instituição.

Na avaliação, a equipe do FMI destaca que a “economia do Brasil tem sido notavelmente resiliente à medida que a inflação caiu nos últimos dois anos”. Por isso, os especialistas preveem que o crescimento diminua para 2,1% em 2024 e 2,4% em 2025, comparado a 2,9% em 2023.

Além disso, o FMI espera que a inflação atinja 3,7% até o final de 2024 e se aproxime da meta de 3% no primeiroe semestre de 2026. No médio prazo, espera-se que o crescimento se fortaleça para 2,5% – uma revisão de alta de 0,5 ponto percentual em comparação com a estimativa do Relatório do Corpo Técnico do Artigo IV de 2023.

Em julho do ano passado, o relatório estimava um crescimento de 1,2% para 2024 (agora, 2,1%) e de 1,7% para 2025 (agora, 2,4%). Para a inflação, a previsão de 2023 era de 4,6% para este ano, mas foi reduzida para 3,7%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reprodução

O documento menciona que as novas estimativas refletem fatores como a implementação da reforma tributária e uma aceleração na produção de petróleo e gás no país. “O investimento em oportunidades de crescimento verde poderá impulsionar ainda mais o potencial econômico”, afirma o relatório.

Os técnicos também destacam que o Brasil possui um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas, baixa dependência da dívida cambial, grandes reservas de caixa do governo e uma taxa de câmbio flexível. Esses fatores fortalecem a resiliência do Brasil, segundo os especialistas do FMI.

Eles observam, entretanto, que as estimativas dos efeitos macroeconômicos e fiscais adversos das enchentes no Rio Grande do Sul ainda são incertas. O documento do FMI começa com uma manifestação de “condolências ao povo do Brasil pela trágica perda de vidas e pelos danos generalizados causados ​​pelas enchentes no Rio Grande do Sul”.

O relatório também elogia a atuação do Banco Central (BC). “O ritmo cuidadoso de flexibilização monetária desde agosto de 2023 tem sido apropriado e consistente com o quadro de metas de inflação”. Em relação aos cortes da taxa básica de juros, a Selic, o FMI afirma: “Olhando para o futuro, dadas as condições fortes do mercado de trabalho e as expectativas de inflação acima da meta de 3%, é prudente manter a flexibilidade no ciclo de flexibilização”.

O FMI também enaltece a “agenda de inovação financeira do Banco Central”. “A adoção do sistema de pagamentos instantâneos Pix continua em expansão, tornando o Brasil um líder global em transações per capita. O BC também está na vanguarda das moedas digitais dos bancos centrais com sua iniciativa emblemática Drex.”

Sobre a questão fiscal, que trata da relação entre receitas e despesas do governo, o FMI defende uma ação “mais ambiciosa”. “O compromisso contínuo das autoridades para melhorar a posição fiscal do Brasil é bem-vindo”, afirma a instituição. “Para colocar a dívida pública numa trajetória firmemente descendente e abrir espaço para investimentos prioritários, o corpo técnico do FMI recomenda um esforço fiscal sustentado e mais ambicioso, apoiado por medidas de receitas e despesas e um quadro fiscal reforçado.”

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