Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, no Facebook
Um dos casos pitorescos clássicos do jornalismo paulista remete a um Editorial do Estadão, décadas atrás, que continha um inacreditável “bem que avisamos a Casa Branca.. ” A arrogância ridícula do à época jornal da família Mesquita ultimamente vem sendo substituída pelos Editorais da Folha, historicamente menos reacionária que o seu concorrente. Hoje, a Folha comete um texto sobre o discurso de posse de Alberto Fernandez na Argentina. Sabe aqueles vídeos em que times de futebol divulgam “os “melhores momentos” da partida e em que só aparecem os lances bons da sua equipe e ignora o que o adversário fez?
Pois é. A impressão é que a Folha não acompanhou o discurso inteiro, repleto de condenações ao desastre Macri em TODOS os campos. Pior, ainda se arvora a revelar torcida para que a “incendiária” Cristina Kirchner não tenha papel de relevo na administração entrante.
Certamente, o jornal ignora que Cristina é a dona do eleitorado peronista que garantiu a vitória. A Folha foi discreta ao extremo ao noticiar o legado de miséria deixado por Macri e ignorou, por exemplo, o quase oficial excludente de ilicitude patrocinado por Patricia Bullrich, a ministra da Segurança de Macri.
O povo argentino, e Alberto Fernandez disse explicitamente em sua fala, reprovou o neoliberalismo e a prática de “atirar pelas costas”. Lá, a “direção correta” que o jornal defende aqui foi rechaçada por gerar fome. Mas o problema é Cristina…