Por Lele Casali, no Facebook –
Quarta de cinzas. Em Floripa, bem cinza. Não dá pra reclamar. Carnaval tava pra lá de azul, ensolarado, estrelado, serelepe, batuqueiro e #foratemer.
Pra calar a boca de quem até hoje não entendeu que carnaval é festa e luta, sempre foi, desde que o samba é samba, desde o batuque desceu o morro e fez festa na avenida, pariu o rap e o funk, pra desespero de sinhá e sinhô.
Neste interim, enquanto a gente pulava, um certo Yunes entregou cento e quarenta deputados que votaram no golpe pela pátria, família, deus e uma boa grana em suas respectivas contas correntes.
Do outro lado, sessenta e cinco testemunhas inocentaram Lula mas o estadão segue pedindo a cabeça do presidente retirante. Quanto à Dilma, cada dia mais cabeça erguida, enquanto Serra e cia saem de fininho alegando dor na lombar e etc e tal. Mr. Dória, o prefeito garoto propaganda, saiu pra varrer o sambódromo e de lá foi varrido. Gean Loroteiro, idem, bidem.
A água chegou bonita no nordeste e o Alckimim correu pra lá fazer um selfizinho na transposição do São Chico. Bobalhão, nordeste não é São Paulo que vota pra ficar sem água, sem escola, sem merenda e apanhar da polícia. Por falar em polícia, justiça e essas coisas todas que nos faltam, o goleiro Bruno já tá livrinho da silva, dando entrevista pra placar que comprou e vendeu o melô do assassino de mulher. Um segurança do Habbibs, aquele que se travestiu de verde e amarelo pra apoiar o golpe, matou um menino de treze anos à soco porque o moleque tava do lado de fora incomodando a seleta freguesia de comedores de esfira. Por essas e outras, melhor segurar a caixa de guerra, minha gente: dia 08, quarta que vem, nosso bloco volta pra rua e a gente vai dançar, dançar, até o temer cair.
Chega de golpe.