Por Pablo Villaça
Dois criminosos confessos fazem acordo para escapar da prisão. Passam a fazer denúncias cuidadosamente costuradas para agradar a imprensa às vésperas da eleição. Não apresentam provas, mas denunciam. Em um dia, a Foxlha faz manchete dizendo que PT está implicado; no outro, publica errata dizendo que o nome do petista José Eduardo Dutra, citado naquela matéria, havia sido mencionado incorretamente. Enquanto isso, um doleiro afirma que Lula indicou Costa “sob pressão” – uma afirmação que só poderia ser feita caso fosse telepata, mas que a imprensa reproduz sem hesitar.
No processo, esquecem que quem DEMITIU o sujeito que agora se encontra preso e oferecendo delação premiada foi Dilma.
Enquanto isso, um aeroporto superfaturado que se encontra nas terras da família Aécio Neves (o aeroporto está lá, existe, bem como a documentação comprovando ter sido construído na terra dos Neves) é solenemente ignorado por aqueles mesmos que adoram gritar que o PT é corrupto.
Mais: um esquema de lavagem de dinheiro e financiamento de campanha envolvendo o PSB pernambucano e o PSDB é desmontado pela Polícia Federal. Há provas, há documentos. NÃO HÁ delação premiada. A imprensa ignora. (http://www.ocafezinho.com/
A ideia, claro, é reforçar a imagem de um PT profundamente corrompido e jogar com a percepção da população de que os salvadores da pátria são os mesmos tucanos responsáveis pelos 100 bilhões de reais de prejuízo à nação que nos custou o processo da privataria, pelos 42 bilhões do escândalo do Banestado, pelo 1,8 bilhão do banco Marka de Cacciola e por aí afora. (Curioso: o “mensalão”, que os tucanos adoram mencionar, teria envolvido 54 milhões de reais de dinheiro da Visanet – privado, portanto -, ao passo que os escândalos protagonizados pelo PSDB custaram BILHÕES aos cofres PÚBLICOS, mas isto não parece importar.
E antes que alguém diga que uma coisa não justifica a outra: não estou dizendo que justifica, mas é preciso ao menos contextualizar a dimensão de um e de outro e, no mínimo, abandonar a hipocrisia de apresentar Aécio como príncipe virtuoso.)