Publicado em Brasil Debate –
Na música brasileira tem muito mais do que talento, ritmo e poesia: tem história. O jornalista e comentarista político Franklin Martins percebeu a intensa relação entre a política e a música no Brasil, apaixonou-se pelo tema e mergulhou na pesquisa. O resultado é a trilogia Quem foi que inventou o Brasil?, cujos volumes I e II estão sendo lançados nesta segunda-feira, 22, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, capital.
O título é referência à famosa marchinha de Lamartine Babo, “História do Brasil” (Quem foi que inventou o Brasil?/ Foi seu Cabral!/Foi seu Cabral!/ No dia vinte e um de abril/ Dois meses depois do carnaval”). E dá uma amostra da riqueza da “história viva” da República contida em mais de mil composições, dos mais variados gêneros, pesquisadas pelo autor.
O volume I abrange a fase que se estende de 1902, ano das primeiras gravações fonográficas no Brasil, até o golpe militar de 1964. São vários os exemplos de verdadeiras crônicas musicais sobre a República Velha, a Revolução de 1930, a Era Vargas, a participação do país na Segunda Guerra, o fim do Estado Novo e a democratização, o suicídio de Getúlio, os “anos dourados” e a queda do presidente João Goulart.
O volume II se debruça sobre os anos da ditadura militar e a luta pela reconquista da democracia e o volume III, que estará nas livrarias em agosto, aborda os desafios, os tropeços e as conquistas do país de 1985 até a primeira eleição de Lula. Ou seja, 101 anos de história contados de uma forma original.
Os livros têm o selo da Editora Nova Fronteira e são fartamente ilustrados. Além deles, há o siteQuem foi que inventou o Brasil , que disponibiliza os áudios das canções. As que já caíram em domínio público e aquelas cujos autores autorizaram a reprodução podem ser ouvidas na íntegra. No caso das demais canções, o ouvinte/leitor tem acesso a um pequeno trecho, como autoriza a Lei.