A fundação estrangeira que financiou Marina

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Não queria botar mais lenha nessa fogueira, mas não posso esconder uma coisa dessas dos leitores.

Quero deixar claro que não acredito e não quero acreditar em nenhuma teoria da conspiração. Blogueiros são paranoicos por natureza, mas sou também jornalista e como tal tenho obrigação de não acreditar em teorias de conspiração.




Oxalá seja apenas uma teoria idiota, que aliás nem é exatamente uma teoria, mas um apanhado de coincidências perturbadoras.

Meu lado blogueiro, porém, me força a, pelo menos, publicar o que andei fuçando por aí.

No mínimo, isso dá um belo roteiro de thriller político. Verossimilhança e histórico de fatos similares ocorridos no passado, não faltam.

Uma reportagem da Reuters publicada no início de agosto revelou que um prestigiado hacker espanhol descobriu uma brecha gravíssima no sistema de segurança de aviões de passageiros. Ele afirmou que é possível invadir sistemas de navegação de aviões e jatinhos e manipular os dados de satélite enviados ao piloto.

E com isso, interferir no vôo e, portanto, provocar acidentes.

É impossível não relacionar isso ao acidente que vitimou Eduardo Campos, mudando completamente o quadro eleitoral no Brasil.

A morte de Campos, num acidente ainda inexplicado, tem suscitado febris teorias de conspiração. No site Strategic Culture, há dois autores que acreditam em participação da CIA e de especuladores internacionais: oWayne Madsen e o Nil Nikandrov.

Os motivos que levaram esses autores a desconfiar de um atentado são mais ou menos óbvios:

1 – Prejudicou imensamente o favoritismo de Dilma Rousseff, presidente com grande popularidade entre os pobres no Brasil, mas odiada pelo mercado financeiro, sobretudo após a paulada que deu nos juros no segundo ano de seu governo. O aumento do controle governamental sobre a energia, tanto a hidroelétrica quanto o pré-sal também devem incomodar a banca especulativa internacional.

2 – Marina Silva, por sua vez, acena com a independência formal do Banco Central, e sua assessoria econômica é formada por neoliberais de quatro costados. Andre “Haras” Rezende, por exemplo, largou seus iates e cavalos de raça no exterior e veio ao Brasil prestar serviços à Marina. Segundo eles, Marina Silva seria uma “marionete” de George Soros.

Um leitor me advertiu sobre outra coisa.

A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata.

Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17%.

Porticus é uma fundação financiada e até hoje controlada de perto pela família Brenninkmeyer, bilionários de origem holandesa e alemã, donos da C&A.

Os Brenninkmeyers são conhecidos na Europa por sua reserva. Não dão entrevistas, não são vistos em público, seus diretores são obrigados a assinar rígidos contratos de confidencialidade.

O jornal britânico Telegraph publicou matéria, há alguns anos, sobre a família. O título: “Secretive dynasty with ruthless streak”, uma dinastia cheia de segredos e de temperamento implacável. A tradução é livre. Ruthless pode ser também “cruel”, “impiedoso”.

Em 2006, uma matéria no Brasil de Fato denunciava que as lojas da C&A vendiam roupas produzidas em condições degradantes para os trabalhadores.

Há toda uma polêmica ainda, na Europa, sobre as notórias alianças entre os Brenninkmeyers e o nazismo. A empresa experimentou um período de expansão e consolidação na Alemanha, seu principal mercado, justamente durante os anos de ascensão do nazismo no país.

A família participa do Clube 1001, que financia organizações ambientais pelo mundo, como a WWF, e seus membros são relacionados na parte “controversa”, justamente por causa de suas atividades políticas.

Segundo a revista Private Eye, o Clube 1001 tem como real objetivo ser uma plataforma para “encontrar casualmente lideranças do terceiro mundo que controlam uma parte substancial dos recursos naturais do planeta”.

A revista então lista uma série de operações políticas, várias delas secretas, que envolvem o Clube ou a WWF.

Os Brenninkmeyers, ultracatólicos, também são importantes financiadores do Opus Dei e membros da família participam da cúpula da poderosa organização católica norte-americana National Leadership Roundtable on Church Management.

Adivinha quem também participa da diretoria dessa organização?

Segurem a respiração! Leon Panetta, diretor-geral da CIA entre 2009 e 2011, e secretário de Defesa dos EUA, de 2011 a 2013.

Essa organização católica foi criada por Geoffrey Boisi, importante financista norte-americano, que se tornou o sócio mais jovem da Goldman Sachs a partir de 1978, e fundador da The Beacon Group, LLC, uma investidora e consultoria financeira de contas bilionárias; foi também diretor e sócio do Morgan Chase e do J.P. Morgan.

Boisi foi membro em 2001, junto com George Soros, do setor norte-americano de uma organização intitulada Trilateral Comission, que reúne a elite política e financeira dos três maiores blocos de países desenvolvidos do mundo capitalista: EUA, Europa e Japão. O objetivo declarado da Trilateral é manter a ordem internacional sob seu controle e orientação.

É ou não uma boa teoria de conspiração?

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