Por Jose Cassio, publicado em DCM –
Na contramão do ruralista Nabhan Garcia, atual presidente da entidade, o fundador da União Democrática Ruralista (UDR) defende a pauta Lula Livre. Diz ainda que Lula foi um grande presidente e que jamais poderia ter sido preso.
“Do ponto de vista ideológico eu sou anti-Lula convicto”, disse com exclusividade ao DCM o doutor em Direito do Estado pela USP, Joveny Cândido de Oliveira. “Politicamente eu não apoio, mas não há como negar que ele foi um bom presidente”.
Joveny é Reitor da Universidade Anhanguera.
Fundou a UDR no início da década de 80.
Sua ideia era equilibrar o pêndulo ideológico que se formava após um período de predominância de políticos de direita no regime militar e a crescente ascensão da esquerda no fim dos anos Sarney.
“No início, queríamos influenciar as lideranças de Goiás. Depois a entidade cresceu, tomou proporções nacionais e teve até uma candidatura à presidência da República”, diz Joveny, referindo-se ao atual governador (GO), Ronaldo Caiado, que concorreu em 1989 e terminou em 10º lugar com 488.846 votos.
Aos 82 anos, ainda na ativa, Joveny tem uma visão oposta a de Caiado, um dos articuladores do golpe e da Lava Jato, e especialmente do atual presidente da UDR, Nabhan Garcia, bolsonarista convicto e um dos líderes ruralistas mais próximos de Jair.
Ele espera que o STF repare a injustiça contra o ex-presidente e que Lula possa ser libertado em breve.
“Ele até poderia ser punido de alguma forma, com direitos cassados ou coisas assim, mas prisão jamais. Estamos falando de um ex-presidente da República, que fez um bom governo. Espero que Lula possa estar em liberdade em breve”.
Com relação à ideia defendida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de reeditar o AI-5, o reitor da Anhanguera é radicalmente contra.
“Uma excrecência jurídica, um ataque à Constituição”, disse.