Funeral do PSDB não tem choro e nem vela

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Ao ler a noticia de que o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, aderiu sem constrangimentos ao fascismo bolsonarista, lembrei-me da previsão feita em 1995 pelo então todo poderoso ministro tucano Sérgio Motta de que o PSDB ficaria, no mínimo, 20 anos no poder

Por Bepe Damasco, compartilhado de seu Blog




Sabemos todos que o poder inebria e até traz a sensação de perpetuação para seus ocupantes. Daí a fala do falecido ministro “Serjão”, no auge da força política do PSDB. 

Não pretendo gastar muita pólvora com o alinhamento de Rodrigo a Bolsonaro, dada a pouca relevância eleitoral desse apoio, uma vez que o governador nem ao segundo turno chegou.

Além do que, ele tem sido desautorizado por vários quadros que desempenharam importantes papéis na política nacional nos anos dourados do PSDB.

Os dois episódios, todavia, são emblemáticos no que se refere à ascensão e derrocada de um partido político brasileiro. O voo supersônico do PSDB em direção à direita tinha mesmo que culminar com o alinhamento à extrema-direita por parte do governador de um estado que os tucanos controlam há 30 anos.

São Paulo foi a última cidadela a ruir.

Nascido para galvanizar um sentimento social-democrata, uma espécie de expiação de culpa, de uma parcela das classes média e alta, o PSDB venceu as eleições de 1994 na carona do foguete do Plano Real, desbancando o favoritismo que Lula mantivera por quatro anos.

Por ser bem conhecida, dá para resumir em seis pontos a trajetória ladeira abaixo do partido, que desembocou na eleição da bagatela de 13 deputados federais no domingo passado:

1) Para se distanciarem do PT, que sentou praça na esquerda e até na centro-esquerda, os tucanos abandonaram quaisquer resquícios do ideário social-democrata  elitista dos tempos de Covas e Montoro.

2) Na condição de queridinho dos grupos de mídia e do mercado financeiro, o PSDB adotou o ultraneoliberalismo mais radical já fracassado no mundo inteiro,  com privatizações selvagens, desregulamentação e inserção não soberana na globalização econômica.

3) O partido esteve na linha de frente da aprovação de todos os projetos de retirada de direitos trabalhistas e previdenciários do povo brasileiro, tais como as reformas trabalhista e da previdência.

4) Não reconhecimento da derrota eleitoral de Aécio para Dilma em 2014.

5) Apoio decidido ao golpe contra a presidenta Dilma.

6) Aplausos à caçada e à prisão ilegal de Lula, bem como a todas as atrocidades jurídicas cometidas pela Lava Jato que tiveram como alvo lideranças do PT.

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