“Sergio, Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”, disse o decano
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247 – Perto de ter o seu mandato de senador cassado e isolado politicamente, Sergio Moro busca em bilaterais apoio para tentar reverter a grave situação em que se encontra e, de acordo com a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo, o ex-juiz considerado suspeito pelo STF convidou o ministro do STF Gilmar Mendes, crítico notório da Lava Jato, para um diálogo presencial.
Além dos dois, estava na conversa o senador Wellington Fagundes, do PL do Mato Grosso, que intermediou o encontro a pedido de Moro, devido ao bom trânsito que tem com Gilmar.
Moro iniciou a conversa negando que tenha cometido qualquer crime que justifique uma investida como a que o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, vem anunciando que fará, ao enviar ao Supremo Tribunal Federal o relato de supostos desvios encontrados na 13ª Vara de Curitiba, em que Moro foi titular e de onde comandou a Lava Jato. Sobre a operação, negou que a Lava Jato tenha cometido ilegalidades
O decano ouviu e então disparou: “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”, disse Gilmar, que a todo o tempo foi tratado de “ministro” e “senhor” por Moro, a quem preferia responder simplesmente por “Sergio” e “você”.
“Tudo o que a Vaza Jato revelou, eu já sabia que você e Dallagnol faziam. Vocês combinavam o que estaria nas peças. Não venha dizer que não”, continuou Gilmar.
Com ironia, Gilmar ainda relembrou que “certa vez, o Paulo Guedes veio aqui ao meu gabinete e disse orgulhoso que havia sido ele quem havia ido a Curitiba convidar você para ser ministro do Bolsonaro. Eu disse a ele que talvez ele não tenha percebido, mas, ao conseguir tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente um dos maiores feitos dele no ministério”, tripudiou Gilmar, diante de um Moro com sorriso amarelo.
Moro ressaltou que nunca atacou o Supremo e que não concordava com os ataques que o tribunal sofria, no entanto não explicou seu apoio a Jair Bolsonaro, a quem serviu como ministro e ainda prestou assessoria no segundo turno das eleições de 2002.
“Você faltou a muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”, finalizou Gilmar.