Por Fernando Brito em O Tijolaço –
No mundo do “tem sempre alguém gravando”, que a mídia idolatra, o feitiço vira contra o feiticeiro.
O apresentador irônico e impiedoso do Jornal da Globo, Willian Waack, foi pego numa gravação, supostamente em off, ( veja ao final do post) xingando alguém que buzinava, na preparação de uma de suas entrevistas, como fazendo “coisa de preto”.
O suposto intelectual, de aparentes maneiras chiques, quando as luzes não estão acesas é um bárbaro preconceituoso e cruel, revelando não ter só os maus modos que quer julgar mas , mais que isso, revela-se sem humanidade
A Globo o afastou de suas funções de apresentador. Diz que “a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.”
Está, claro, desgraçado profissionalmente para o resto da vida.
Colheu o que plantou, se dispondo a ser intérprete do reacionarismo. Porque este papel o faz falar e pensar pelos que pensam, mas não falam.
Aos jornalistas patronais, antigamente, chamavam-se-os de penas de aluguel.
Aos de hoje, pelas mudanças na mídia, poder-se-ia chamá-los de boca de aluguel.
Waack, depois de uma dúzia de anos como inquilino do pensamento dos Marinho, vai ganhar um pontapé. Vai ser jogado fora.
Infelizmente, porém, não será jogado fora o ódio e a discriminação com que, com palavras menos duras do que a gravação revelou, ele espalhou a milhões de brasileiros.
Ao fim das contas, tenho certa pena dele. Buzinou quando não devia, de uma fora em que não devia, toda a sua incivilidade, sua desumanidade.
No conceito que ele professa, e não eu, “fez coisa de preto”.
O que prova, talvez, que todos sejamos iguais.
Mas isso vai além de seu entendimento, como parte da elite de merda que este país formou.
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