Nascido de uma costela do antigo PMDB, o PSDB de Franco Montoro e Mário Covas tinha o objetivo de galvanizar o sentimento social-democrata de uma parcela minoritária da classe média brasileira.
Por Bepe Damasco, compartilhado de seu Blog
Foto: Ag.Senado/Ag. Brasil/AFP
Até que tentou, em 1989, na campanha presidencial de Covas, ao mesclar um discurso que combinava compromisso democrático com alguma preocupação social.
Mas na reta final da campanha, o candidato tucano passou a defender um “choque de capitalismo” para o Brasil, o que já fornecia pistas para sua guinada inexorável para a direita em breve.
O partido acabou indo de malas e bagagens para o conservadorismo depois que o PT cresceu tanto que atraiu até o público alvo dos tucanos. O PSDB, então, vira o partido predileto da elite mais mesquinha, predadora e antipopular do planeta.
Os oito anos de FHC mostraram a adesão total do partido ao receituário neoliberal, com base em privatizações selvagens, desregulamentação acelerada e abertura escancarada da economia. E tome desemprego e aumento da desigualdade social. A dívida pública foi multiplicada por dez e o país quebrou três vezes, indo bater na porta do FMI.
Não tardaria para o PSDB aderir a uma oposição sectária e abertamente contrária aos interesses populares durante os governos de Lula e Dilma. As derrotas consecutivas para o PT fizeram com que os tucanos mandassem às favas também suas convicções democráticas.
Logo passariam a atuar na linha de frente do golpe contra Dilma Rousseff e a apoiar a caçada e a prisão ilegal de Lula.
Hoje, pendurado na broxa de São Paulo, estado que governa há quase 20 anos, já que se tornou insignificante no cenário nacional, o PSDB, que obteve 5% dos votos na última eleição presidencial, se imola a céu aberto.
Nem uma miserável prévia com três candidatos, coisa que qualquer empresa modesta de tecnologia da informação é capaz de dar conta, o PSDB consegue realizar.
E a mídia amiga dos tucanos passa pano tratando o megavexame, verdadeiro funeral do partido, como a coisa mais natural do mundo. A Globo e suas irmãs siamesas seguem dando espaços generosos às prévias tucanas, absolutamente desproporcionais à relevância atual do partido.
Tudo para saber quem será o candidato que obterá 5% dos votos.