Globo perderá de goleada da Internet

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Por Gustavo Conde no Facebook –

Vai ser um massacre. Não, não vou falar de copa do mundo. Ou melhor, vou. É que o massacre não será de um time de futebol sobre o outro, será das redes sociais e da internet sobre a mídia tradicional. A internet vai massacrar a Globo nessa Copa. Não há mais alma viva na face dessa terra que aguente a catimba, o ufanismo e a patriotada da Rede Globo.

Ontem, ao reclamar do juiz como sempre fez, Galvão Bueno reforçou a percepção do brasileiro de que ele não passa de um boçal bem pago a serviço do linchamento perpétuo que sua empregadora promove no Brasil há 50 anos. A Globo é uma propagadora de ódio, de violência, de vitória a qualquer custo. Ela quer sempre vencer no grito, na chantagem, na dissimulação, na fraude.




O brasileiro não aguenta mais isso. O ‘massacre’ virá daí: o curto-circuito causado pela própria Globo ao inflamar o falso combate à corrupção volta agora em forma de repulsa à hipocrisia infame da narração grotesca de futebol do seu funcionário de salário mais alto (porque encarna com maestria o pensamento e a dicção da emissora).

Ver Galvão Bueno reclamar do juiz à toa e todos os comentaristas e repórteres (Mauro Naves! O que é isso!) em uníssono concordando como papagaios de pirata beira a tortura psicológica.

Nem os jogadores da seleção, supostamente os maiores interessados em tirar vantagem da arbitragem, conseguiram a proeza de corroborar o extremo baixo nível intelectual de Galvão Bueno, Arnaldo César Coelho, Casagrande e do vendido Mauro Naves.

Foi uma sucessão inacreditável de vergonha cognitiva e televisiva, somente tragável para os estômagos dos manifestoches que mal digerem qualquer coisa que não seja ódio ou mediocridade (eles se alimentam da mediocridade e da violência).

Foi uma experiência traumática ser obrigado assistir a transmissão da Globo em nome da sociologia. Mas, trabalho é trabalho – não existe só o dermatologista, há também parasitologistas e proctologistas.

O rescaldo dessa copa, portanto, será um massacre do mundo real das redes sociais e da sociedade que não vive dopada com a TV aberta, sobre a estética apodrecida de programas de auditório e ufanismos made in ditadura. Esse cancro social será ridicularizado a cada jogo da seleção – até onde a seleção conseguir avançar, diga-se.

Sim, porque a seleção brasileira é limitada. Depende de Neymar e Neymar já mostrou que vai alinhar seu futebol ao discurso da Globo: mediocridade, simulação e reclamação.

Foi nítido o clima ruim entre os jogadores. Caras fechadas, zero alegria. Futebol brasileiro não é isso – e sempre que tentou ser isso, naufragou antes da hora.

O time se acovardou como o STF; fez-se de vítima como os tucanos e maltratou a pontaria como a imprensa brasileira. Tocou de lado como Marina, foi prepotente como Ciro e apresentou um futebolzinho sem sal como Alckmin.

A seleção deveria tirar o espírito Lula do banco. Lutar, lutar, lutar, até vencer. Gozar da soberania, da assertividade, da autoestima, da humildade, da emoção, do coração, do amor, do talento, da garra, do espírito combativo.

Jogar com todo o ódio da Rede Globo nas costas é um carma, uma maldição, uma condenação. Entrar em campo como mau perdedor de bate-pronto, com a artilharia preparada para disparar não contra o gol, mas contra o juiz, é uma tarefa ingrata e fadada ao fracasso humilhante.

O jornalismo esportivo brasileiro, salvo raras exceções, está mergulhado nesse mar de mediocridade. É chocante ver jornalista torcendo para os patrocinadores da seleção. É chocante ver jornalistas preguiçosos, que se recusam a analisar com a mínima consistência técnica uma jogada ou um cenário completo pós jogo. São só clichês e lugares-comuns.

Os jornalistas esportivos brasileiros se ‘galvãobuenizaram’ todos-quase-todos. Eles vendem ‘esperança’ na seleção, debatendo-se com os fatos, vejam se isso é possível ou crível? Fazem proselitismo esportivo, justificam derrotas ou empates, explicando e torcendo.

Nelson Rodrigues, pelo menos assumia sua paixão escancarada pelo futebol com alguma classe literária e com o mínimo respeito à cosmogonia factual das quatro linhas, invocando se preciso a antropomorfização dos fatos (se os fatos são contra mim, pior para os fatos). Tinha talento e não tinha rabo preso.

Toda essa mediocridade jornalística em torno da cobertura da copa será pulverizada pelas redes sociais, é bom ir se preparando. Não sobrará pedra sobre pedra. A desproporção narrativa entre um mundo e outro é grande demais.

E isso, no fundo, é uma boa notícia. A impostura fraudulenta do golpe que tem seu berço na imprensa, será desconstruída durante uma copa através da coletânea tosca de enunciados grotescos que a imprensa esportiva produzirá em consonância com a Rede Globo.

Faltou combinar com os russos.

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