Golpe? Nem de ar. Ainda mais porque já me aproximo dos 60 anos numa velocidade merecedora de multa grave. O golpe político que sentimos no ar e na terra nos últimos tempos precisa ser combatido a todo o momento. Eles dizem que não são golpistas, mas pregam a derrubada de uma presidenta eleita legitimamente. Buscam os argumentos mais pífios e vão martelando via rádio, televisão, jornais, internet…
Levam a público sua ameaça com vozes graves, muxoxos, ironias. Superestimam uma crise que, se real, está bem abaixo do que enfrentaram e enfrentam vários países europeus e a superpotência Estados Unidos. Dão conotações de catástrofe a irregularidades, volta e meia diminutas, levantadas pelo aliado (deles) TCU – Tribunal de Contas da União. Estão abertos para vazamentos da Polícia Federal, Ministério Público ou qualquer outra instância, mas só àqueles que dizem respeito ao PT e ao governo federal. Bombardeiam nossos ouvidos e olhos e estômagos com notícias ruins. Tudo para semear o caos, nos tirar do sério e influenciar o máximo possível de pessoas.
Aqueles que cometem crimes de calúnia, injúria e difamação, se o fazem contra o governo, ganham o beneplácito do silêncio, e, muitas vezes, até recebem apoio, com repercussão sem qualquer crítica à atitude que deveria ser condenada, fosse outro momento. Mas como o momento é de costura de golpe, consideram como aliados todos aqueles que se postarem contra o governo. Que sejam pedófilos, torturadores, homofóbicos, corruptos históricos ou racistas, isso não importa: terão o apoio dos golpistas, pois não é hora de ficar vendo defeito nos parceiros da ora, formadores dessa infame frente golpista.
O golpe, não se iludam, só será combatido se retomarmos as ruas, se mostrarmos que a legalidade deve ser cobrada a todo o instante, se apontarmos que a democracia só será plena se a justiça realmente for para todos, se a imprensa for ética. Com a minha idade, tendo passado pelo que já passei, temo golpes de ar, admito, mas combaterei com absoluta veemência o golpe político, esse puxar de tapete que está sendo engendrado por aqueles que consideram o estado de direito um empecilho abjeto quando ele não serve aos seus interesses.