“Golpe será dentro dos princípios da guerra híbrida”, diz Nassif

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O jornalista Luís Nassif, em artigo no portal GGN, fez o “xadrez” de um golpe bolsonarista contra o processo eleitoral.

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Peça 1 – como será o golpeCONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEhttps://b3b9bd2caa1f26cb99c2867c35c46d46.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0https://landing.mailerlite.com/webforms/landing/q9s5r2#amp=1

“O golpe será estritamente dentro dos princípios da guerra híbrida. O tema, mais que conhecido, serão as suspeitas sobre a votação eletrônica. Em algum momento, surgirá algum fato de impacto, ou um factoide ou um fato plantado digitalmente por alguma empresa inadvertidamente contratada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ajudar na segurança.

O episódio deflagará uma guerra de informações, tendo como fornecedores principais a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e o CDCiber (Defesa Cibernética do Exército Brasileiro)”, escreve.

Peça 2 – o acordo com Israel

“No dia 6 de maio, o repórter Paulo Motoryn, do Brasil de Fato, deu a reportagem política mais importante do ano. A reportagem ‘General que questiona eleições contratou empresa israelense de ex-chefe de TI de Bolsonaro‘ conta as estripulias foi general Portella, assinando um acordo de cooperação com a CySource, empresa de cybersegurança israelense para monitorar as eleições brasileiras”, escreve.

“Não se trata apenas de mais um negócio envolvendo militares que passam para a reserva para poder negociar com o Estado brasileiro. Uma análise dos sistemas adquiridos pela ABIN e pela CDCiber reforçará a tese do golpe, dentro dos padrões da guerra cibernética”, escreve.

Peça 3 – os sistemas adquiridos 

“Os sistemas adquiridos permitirão um controle total sobre todas as atividades digitais internas, uma versão ampliada do chamado ‘capitalismo de vigilância’ ou, para os mais antigos, dos ‘mil olhos do dr. Mabuse’, o clássico do cineasta Fritz Lang”.  

As soluções buscadas envolvem: pesquisa em fontes abertas, transcrição de áudios, reconhecimento facial, monitoramento físico, Geosense, rastreamento digital, mapeamento de IPs e o sistema Pegasus.

Peça 4 – contratos sigilosos 

“Alguns dos contratos são mantidos sob sigilo no Diário Oficial, sem aparecer o nome da empresa. Uma das soluções mais invasoras  foi adquirida em dezembro de 2020. A legislação interna obriga a publicação do extrato com valor e nome da empresa. Para impedir a divulgação, o contrato foi celebrado fora do território nacional, embora com empresa brasileira. No Diário Oficial da União aparece apenas a compra, o valor, e o dia, sem menção à empresa”, escreve.

“Em 2021, essa mesma empresa celebrou contrato com o TSEl, oferecendo serviços de segurança por valores muito baixos. Essa mesma empresa tem contratos mais antigos com a própria ABIN. Ela fechou o primeiro contrato que apresentou como motivo para dispensa da licitação a segurança nacional”, escreve.

Peça 5 – as providências a serem tomadas

“Em país democrático, as providências óbvias seriam os procuradores do Ministério Público Federal levantarem os sistemas e definirem regras claras de uso e de garantia da privacidade dos cidadãos.

Se o STF, a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público do Distrito Federal não agirem a tempo, as cenas desenhadas na Peça 1 serão concretizadas. Será o golpe mais antecipado da história, sem tanque nas ruas, mas com um grande acordão, que garanta os privilégios, os empregos e os negócios militares na vida nacional e o comprometimento irreversível do modelo democrático no país”, escreve.

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