O dono da emissora que hoje assumiu vinheta em verde e amarelo e o lema reacionário “Brasil, ame-o ou deixe-o”, com referência à ditadura, em apoio a Bolsonaro, nunca se poupou de demonstrar publicamente sua gratidão a Figueiredo e ao regime militar, a quem deve sua fortuna.

Compartilhado de Esquerda Diário

O SBT não poderia ficar muito atrás da rede Record em seu apoio a Bolsonaro, amplamente reconhecido pela defesa do presidente eleito à ditadura militar. A mensagem “Brasil ame-o ou deixe-o”, utilizada no período para escancarar a perseguição aos opositores do regime, agora figurará na vinheta da emissora.

Para o empresário, ao contrário do mito meritocrático de que “só se faz fortuna com trabalho duro”, significando para uma parcela da população a grande ilusão inatingível do “camelô que se torna milionário” com esforço, não se pode esquecer quem lhe beneficiou nessa empreitada. Foi no governo de Figueiredo, último general do período militar, que Sílvio Santos ganhou a concessão de parte dos canais da TV Tupi, incluindo o de São Paulo, possibilitando a passagem da TVS a SBT. Em 2017, em um programa de domingo, chegou a afirmar sobre Figueiredo: “Sou muito grato a ele. Se não fosse ele, eu estava vendendo caneta na praça da Sé”.

É claro, puxando o saco do general com o quadro, “O Dia do Presidente”, e assim desbancando as favoritas Abril e JB, o apoio atual a Bolsonaro ganha tons nostálgicos de quem exaltando a tortura e a perseguição da ditadura construiu seu legado.

A isso, obviamente, soma-se seu apoio recente ao golpe institucional em 2016, de olho mais uma vez nos lucros e benefícios em base à superexploração dos trabalhadores, com as reformas desejadas para esmagar o povo pobre. O “mito Sílvio Santos” mostra mais uma vez que seu legado está mais do que metido na lama dos monopólios das famílias que detêm os meios de comunicação no Brasil e enriquecem defendendo a casta política e esse regime que vem se degradando.