Governo Bolsonaro omite efeitos da covid-19 e nega crise à ONU, diz Jamil Chade

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Compartilhado de Jornal GGN – 

Durante discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Itamaraty insistiu que existe uma estratégia do governo para lidar com a pandemia

Embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo.

Jornal GGN – A embaixadora do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Nazareth Farani Azevedo, saiu – mais uma vez – em defesa do governo Bolsonaro nesta quinta-feira, 2 de junho, e negou os efeitos drásticos da pandemia do novo coronavírus, que já fez mais de 60 mil vítimas fatias e soma 1,4 milhões de casos no país. As informações são do colunista Jamil Chade, no Uol.

Durante discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Itamaraty insistiu que existe uma estratégia do governo para lidar com a Covid-19 e que os grupos mais vulneráveis, inclusive indígenas, estão sendo atendidos. Uma falácia, já que na pandemia a taxa de morte de indígenas tem sido superior ao da média dos brasileiros.

“De acordo com o Itamaraty, a resposta à crise está sendo conduzida “em linha com liberdade de expressão, incluindo da imprensa, e acesso à informação”. Sem citar as dezenas de vezes que Bolsonaro minimizou a pandemia, o governo indicou que “há um esforço para conscientizar a população”, assim como ações visando indígenas e outros grupos”, destacou Chade.




O discurso de Farani Azevedo rebateu as críticas feitas nesta semana pela alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Para ela, desde o início da pandemia, o governo Bolsonaro nega a gravidade da doença, o que amplia a crise no país.

“Preocupa-me que declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização sobre questões-chave, possam intensificar a gravidade da pandemia, minando os esforços para conter sua propagação e fortalecer os sistemas de saúde”, disse Bachelet na ocasião.

Mas, além de omitir os efeitos da Covid-19, o governo ainda negou qualquer crise política e justificou os gestos autoritários do Planalto como efeitos de uma “democracia vibrante”.

“Brasil tenta lidar com pandemia e aspirações de seu povo com uma democracia vibrante, poderes totalmente independentes atuando dentro do estado de direito, debate político aberto e com imprensa e sociedade civil livre e diversa”, disse Farani Azevedo.

Minutos depois das declarações do governo de Bolsonaro, entidades como a Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns se manifestaram contra os argumentos. De acordo com Chade, falando em nome das duas organizações, Gustavo Huppes alertou que “a pandemia expôs a desigualdade abissal no país – afetando duramente os mais vulneráveis de nossa sociedade”.

 “A resposta fracassada do governo federal só está piorando a situação”, disse. “O presidente Bolsonaro chamou a COVID-19 de “gripezinha” e desencorajou a população a seguir as medidas de quarentena adotadas pelas autoridades locais”, afirmou Huppes.

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