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Os dados sobre a polícia militar vêm sendo divulgados de forma fatiada para beneficiar as estatísticas positivas para o Poder Público. Foi o que divulgou hoje o jornal Folha de S. Paulo, após receber dados complementares da Secretaria de Segurança Pública que desmentia estatísticas que mortes causadas por policiais diminuíram.
Segundo o jornal, após o Secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes divulgar balanço apontando queda nas mortes causadas por policiais militares em serviço, a Secretaria foi procurada para fornecer também dados acerca de policiais em horário de folga – caso, por exemplo, da chacina de 19 pessoas em Osasco.
A diferença entre o dado divulgado pela Secretaria e o fornecido após pressão do jornal afetam diretamente os dados. Ao invés do recuo na morte causada pela polícia em 2% no acumulado dos meses deste ano, a letalidade subiu em 1%. A Secretaria foi procurada pelo jornal, mas não respondeu sobre o fatiamento de informações.
Dados acerca da Corporação receberam sigilos de até 15 anos
Neste mês, foi levantada a denúncia da imposição de sigilos por parte da administração estadual de Geraldo Alckmin a uma série de dados referentes à Sabesp, Metrô e Polícia Militar. No que concerne à corporação, 26 decretos tornaram ultrassecretos 87 documentos que incluem manuais de conduta, treinamento, dados financeiros e distribuição dos efetivos.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que “a classificação dos graus de sigilo dos documentos foi realizada após criteriosa análise de uma comissão criada para esse fim”. Diante da repercussão do tema, Alckmin criou uma comissão para reavaliar a imposição de sigilo sobre documentos públicos na sexta-feira (16).