Governo Lula apresentará ao Mercosul proposta para retomar acordo de livre comércio com a Índia

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Nesta semana, o Brasil, país na presidência do Mercosul, vai propor aos demais membros do bloco que se retomem as negociações para um acordo de livre comércio com Nova Deli. As tratativas, que estão paradas por uma década, ganharam contornos ambiciosos com a nova proposta do governo Lula.

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Reunião com o Primeiro-Ministro da República da Índia, Narendra Modi, Nova Deli, 10 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 10.10.2023

© AFP 2023 / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / CC BY 2.0

De acordo com o jornal O Globo, com a liberalização do intercâmbio de bens para país mais populoso do mundo, o atual fluxo de comércio brasileiro com os indianos dobraria, no mínimo, dos atuais US$ 15 bilhões (R$ 76,5 bilhões) para US$ 30 bilhões (R$ 153 bilhões) até 2030. A soma pode chegar a US$ 50 bilhões (R$ 255 bilhões), se for incluído o comércio de serviços.

“Já estão ocorrendo consultas informais entre o governo e setor privado do Brasil com autoridades e empresários indianos. […] Vendemos apenas 2% do total de nossas exportações ao país mais populoso do mundo e o Mercosul, 2,7%. Nosso comércio com a Índia está muito abaixo do potencial que existe”, disse Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, à mídia.

A perspectiva do governo brasileiro é, além de trabalhar a proposta com os outros países-membros do Mercosul (Uruguai, Paraguai e Argentina), ter tudo pronto até dezembro, quando acontecerá a reunião de presidentes do bloco na capital Brasília.

O jornal recorda que, em 2009, entrou em vigor um pequeno acordo entre Nova Deli e o bloco sul-americano, que não tem eliminação de tarifas e envolve apenas 450 dos cerca de dez mil itens que poderiam ser contemplados.

No caso específico do Brasil, as exportações para o mercado indiano estão concentradas em poucos produtos: soja, petróleo e ouro responderam por 80% do total de vendas para o país em 2022.

“O Brasil pode ser um supridor importante de produtos para os indianos, como alimentos, máquinas e equipamentos, aeronaves, entre outros”, acrescentou a secretária.

Em um levantamento feito pelo governo brasileiro, ficou claro o largo tamanho das barreiras para as exportações de produtos brasileiros que têm a Índia como destino. A tarifa de importação de frango, por exemplo, é de 100%. De carne suína 30%, de milho 50% e de café de 53% a 100%.

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