Por Estêvão Finger, publicado em Sul 21 –
Estêvão Finger (*)
Estamos, diariamente, diante de etapas do golpe de estado, ocorrido em 2016, quando a ex-presidenta Dilma foi impedida, sem provas, de continuar exercendo o comando de nosso país. Com o ilegítimo presidente Temer assumindo a presidência, vive-se retrocessos históricos para nosso país, tanto para trabalhadores(as) como para a população. Exemplos disso são a reforma trabalhista e a tentativa da reforma da previdência.
O sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS), tem como principal pilar a Emenda Constitucional 95 (teto dos gastos públicos), que congela por vinte anos recursos para a saúde, entre outras políticas sociais igualmente importantes. Ou seja, contribui para o já subfinanciamento crônico da área da saúde. O desmantelamento perpetua-se quando o governo ilegítimo reformula a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), onde propõe-se nítido desfinanciamento dessa política, comprometimento do trabalho multiprofissional, ou seja, escandalosa desprioridade dessa área, tão importante ao povo brasileiro.
Agora, estão ocorrendo descredenciamentos de Equipes de Saúde da Família (ESF), estratégia tão importante à população. Comprovadamente, por meio de estudos científicos é notória a redução da mortalidade infantil, da desnutrição, do número de internações e mortes por doenças cardio e cerebrovasculares, de internações por asma e outras doenças respiratórias graves, dentre tantos outros benefícios que a equipe multiprofissional e interdisciplinar vem resolvendo com trabalho eficiente e de qualidade nos postos de saúde (muitas vezes com condições de trabalho precarizadas, baixos salários e sobrecarga), através de acompanhamento ao longo do tempo e do vínculo formado entre profissionais, pacientes, famílias e comunidades. Isso tudo com o advento da Estratégia Saúde da Família.
A visita domiciliar, o trabalho com escolares, os grupos de educação em saúde, as consultas com profissional enfermeiro e médico, atendimentos/procedimentos de enfermagem, o bom acolhimento ao usuário que chega ao SUS, por meio da porta de entrada nos postos de saúde não pode ser encarado como um gasto – que o governo federal está propondo – mas sim como um investimento. Apostar na Atenção Básica, na Estratégia Saúde da Família é investir em saúde, em vida. Temos que continuar resistindo a esses retrocessos, e (re)afirmar nosso posicionamento em favor da manutenção, consolidação e expansão da ESF. Isso é acreditar na população brasileira e investir no bem mais precioso que possuímos: a vida!
Afinal, o SUS é patrimônio do povo brasileiro!
(*) Enfermeiro – Especialista em Saúde da Família e Comunidade
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