Greve dos jornalistas de “O Diário” segue por tempo indeterminado

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Por Porem.net, publicado no Portal da CUT

Em reunião nesta terça-feira, trabalhadores rejeitaram proposta da empresa

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Jornalistas em greve no “O Diário”, no noroeste do Paraná, realizaram um ato público na tarde desta quarta-feira (28) na Feira do Produtor de Maringá. Paralisados desde o dia 7 de fevereiro, os trabalhadores entregaram panfletos com esclarecimentos sobre os motivos da greve. Na terça-feira (27), os grevistas recusaram uma proposta apresentada pela empresa para encerrar o movimento.




De propriedade do empresário Franklin Vieira da Silva, o jornal está em processo de recuperação judicial desde o fim de 2016, período que iniciou-se os atrasos de salários e o descumprimento de outras obrigações como o recolhimento de FGTS, pagamento de 13º e férias. Desde então a situação foi se agravando ao ponto de os funcionários estarem sem receber salários desde outubro do ano passado.

Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, que acompanha a negociação, a direção de “O Diário” apresentou a proposta de pagamento dos atrasados condicionado a venda de terrenos de propriedade do grupo empresarial e à viabilização de um projeto publicitário. Além disso, a empresa apresentou que os dias paralisados não serão descontados, porém deverão ser compensados por banco de horas.

Segundo Danilo Marconi, presidente do sindicato, os grevistas não aceitam condicionar as vendas dos terrenos ou quaisquer outros bens a promessas de pagamentos e benefícios atrasados, pois proposta semelhante já foi feita anteriormente pela empresa e não foi cumprida.

Os grevistas elaboraram uma contraproposta que inclui o pagamento de todos os salários e demais benefícios em atraso, Plano de Demissão Voluntária (PDV) atrelado ao pagamento de todas as parcelas em atraso, restabelecimento do plano de saúde, estabilidade pelo período de dois anos aos grevistas e que os dias parados não sejam descontados dos trabalhadores e tampouco compensados em banco de horas.

Após a reunião, os jornalistas elaboraram um documento para ser encaminhado à direção da empresa, onde ressaltam que “o pagamento de salários é uma questão emergencial, que visa a assegurar, entre outros, a dignidade básica da pessoa humana”.

Os trabalhadores também responderam a acusação da direção da empresa que os grevistas teriam submetido ao “constrangimento” colegas que não aderiram ao movimento. “Em nenhum momento houve constrangimento e/ou humilhação aos que não aderiram à greve. O constrangimento que houve é em relação aos próprios grevistas que estão se submetendo a situações vexatórias de terem de fazer compras fiado, pedir empréstimos a parentes ou bancos”, diz a nota.

Atos públicos

Desde o início da greve, o movimento paredista tem feito uma série de atividades e atos públicos com o intuito de sensibilizar a comunidade de Maringá para a situação dos trabalhadores de “O Diário”. O protesto desta quarta-feira (28) foi o último deles e uma panfletagem está programada para acontecer no sábado (3/2) no centro comercial da cidade.

No dia 23 de fevereiro os jornalistas doaram cestas básicas ao Lar Escola da Criança de Maringá, que foram arrecadadas com o intuito de ajudar prioritariamente os colegas com dificuldades. Ao todo foram arrecadadas 35 cestas. Dessas, 25 foram distribuídas aos funcionários e 10 ao Lar Escola.

Outro ato aconteceu no dia 15 de fevereiro em frente ao edifício onde mora o proprietário do jornal com o intuito de chamar a atenção da sociedade maringaense. Um caixão foi levado ao local para simbolizar a morte da atual gestão do veículo de comunicação. Nele estavam cartazes pedindo respeito aos jornalistas. Uma faixa com a frase “Frank pague o que nos deve” foi estendida pelos jornalistas e exemplares do “O Diário” foram queimados em frente ao luxuoso edifício.

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