Mais de 500 professores e professoras participaram da Assembleia Unificada do Sinpro-Rio, realizada neste sábado, dia 04/07, de forma virtual. Em sua ampla maioria, a categoria votou a favor da greve pela Vida, dizendo NÃO ao retorno às aulas presenciais, agora. Foi aprovada, ainda, nova assembleia para o dia primeiro de agosto, mas, caso haja necessidade, esta data pode ser antecipada.
Antes da votação, alguns dirigentes se pronunciaram e mais de 20 professoras e professores da base fizeram falas de avaliação. A grande maioria dos pronunciamentos se mostrou contra a volta às aulas presenciais e a favor da greve pela vida.
Para o presidente do Sinpro-Rio, Oswaldo Teles, o retorno somente acontecerá com a garantia de autoridades de saúde, com base em rígidos protocolos sanitários e de segurança, além de ampla discussão na sociedade. “O Sindicato se pauta no respeito às instituições científicas de saúde, como a Fiocruz. Estudos científicos deixam claro que não há condições para uma volta tranquila e segura. Retorno, somente com protocolos rígidos.”
Já a Professora Malvina Tuttman, presidenta do Conselho Estadual de Educação (CEE-RJ), afirmou: “Falo aqui como professora e não como dirigente. Sou contra a volta ás aulas presenciais. É um genocídio o que o prefeito Crivella está propondo. É fundamental que pensemos em salvar vidas. Vamos tratar da vida das pessoas. Que representantes da Educação, Saúde e sindicatos discutam como ficará o ano letivo. Não há divisões entre escolas públicas e particulares, pois somos todos profissionais”.
Para o Dr. Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP/Fiocruz, “uma liberação muito frouxa da quarentena pode gerar uma explosão na ocupação de leitos. Não é momento ainda para a volta às aulas presenciais. Não podemos correr o risco de vermos professores e crianças contaminados em massa. Escola não é como restaurante, campo de futebol ou shopping, onde as pessoas vão de vez em quando. Na escola, se vai todos os dias. Precisa haver um bom planejamento para o retorno. Há a necessidade de protocolo validado, testado.
Gilson Reis, coordenador da Contee – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Particulares parabenizou a iniciativa do Sinpro-Rio pela assembleia histórica promovida: “Os protocolos da OMS têm que ser cumpridos. Nós, da Contee, defendemos uma greve geral se a posição nacional de governantes e proprietários de escola for pela volta às aulas. Vivemos um dos piores momentos da educação brasileira, fruto dos governos federal, estadual e municipal. Desrespeitam a vida, destruindo o país, a nação.”
O vereador Célio Lupareli, presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal, ressaltou que a pandemia não está sob controle, pois o Brasil já conta com mais de um milhão e meio de contaminações e mais de 60 mil óbitos. “Estou muito preocupado, pois cada fala do prefeito é contraditória à anterior. Não podemos pensar em retorno às aulas presenciais sem protocolos e estudos de especialista em Saúde”.
O QUE FOI APROVADO:
1) GREVE EM DEFESA DA VIDA;
2) NÃO AO RETORNO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO PRIVADO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, AGORA;
3) RETORNO SOMENTE COM A GARANTIA DAS AUTORIDADES DE SAÚDE COM BASE EM RÍGIDOS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA;
4) PRÓXIMA ASSEMBLEIA DIA 1 DE AGOSTO, COM POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO.