Por Joel Santos Guimarães, jornalista, para o Bem Blogado –
A história de Elza Correia, filha de Manoel Jacinto Correia, um dos mais respeitados quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB), é sinônimo de resistência ao arbítrio, na defesa do direitos dos trabalhadores e pela igualdade entre homens e mulheres. Começou a militar no Partido Comunista Brasileiro ainda na adolescência.
Já na universidade, ela é formada em história pela Universidade Estadual de Londrina, participou do DCE e do Movimento Cultural – Festival Universitário de Teatro de movimentos sindicais, primeiro como apoiadora e depois integrando a diretoria do Sindicato dos Bancários de Londrina, mas seu maior engajamento sempre foi em Movimentos Sociais
Em entrevista, Elza fala sobre a participação do pai, Manoel Jacinto Correia, na Guerrilha de Porecatu, organizada pelo PCB, e que começou com a participação de 300 posseiros em 1940 e terminou com aproximadamente 3 mil em conflito em 1951. No auge do confronto, os guerrilheiros chegaram a controlar uma área de 40 km2 na região de Porecatu e municípios vizinhos.
De acordo com Elza, Manoel Jacinto ao receber do PCB a tarefa de organizar os camponeses, passou a ser o interlocutor entre a luta e o partido. Para isto, sua aproximação com os posseiros que lutavam pela terra foi imediata. Promoveu contatos, reuniu pessoas e teve uma participação direta na guerrilha de Porecatu.
A filha de Manoel Jacinto disse ainda que após a derrocada da luta, coube a Jacinto se embrenhar nas matas e rios, buscando sobreviventes, encontrando alguns, doentes e famintos e recolhendo armas que ficaram pelo caminho que foram devolvidas ao partido.
‘’ Na verdade para cumprir esta tarefa ele quase morreu na mata, machucado, doente, com apenas uma arma que já não funcionava, uma lanterna apagada, correndo feito desesperado mata a dentro para cumprir sua missão’’- disse
Ela revelou ainda que o pai se decepcionou com o comportamento do PCB em relação a guerrilha de Porecatu quando abandonou os guerrilheiros a própria sorte:
“ Meu pai falava sempre sobre este episódio. Se ressentia com o desprestigiamento do partido em relação a maioria dos combatentes do PCB
Você começou sua militância política com 17 anos. Foi influenciada pelo seu pais que eram militantes do Partido Comunista Brasileiro?
Na verdade, meus pais eram militantes políticos e temas como direitos humanos, justiça social, democracia, reforma agrária, eram recorrentes em minha casa. Acredito que deva ter sido sim, influenciada por eles, e por minha avó materna Maria, que dentro de sua simplicidade, me mostrou a importância do respeito ao meio ambiente e da solidariedade como princípio humano. Desde muito cedo entendi que para a construção de uma nova ordem social, equânime, solidária e justa, devemos sair da retórica e participar ativamente dos espaços que tivermos na sociedade. Desejei contribuir com este pensar desde muito cedo e muito me honra ter aprendido as primeiras lições sobre estes tema em minha família. Por esta história de militância e por ser filha de Manoel Jacinto Correia, sofri uma prisão política em 1971. Aos 23 anos.
Seu pai, Manoel Jacinto, participou ativamente da chamada Guerrilha de Porecatu. É verdade que foi ele que sugeriu ao Comitê do PCB, que apoiasse o movimento de maneira efetiva?
Sim, é verdade. Foi uma carta que Manoel Jacinto Correia encaminhou ao Comitê Central do PCB, relatando a situação dos posseiros em Porecatu, uma vez que já havia sido solicitado pelo partido seu acompanhamento dos desdobramentos daquele evento
Qual a razão do interesse do partido em Porecatu e seus camponeses?
Era proposta de pauta do partido a luta pela Reforma Agrária e o PCB, viu ali uma oportunidade de contribuir para que aquelas pessoas tivessem acesso a terra, pela qual haviam sido chamados, através de propaganda do governo e assinado contratos para derrubar a floresta, plantar, produzir e viver por 6 anos e no final deste prazo poderiam requerer a posse definitiva.
E qual foi o papel de Jacinto na aproximação do PCB com os camponeses?
Ao receber a tarefa de organizar os camponeses,ele passou a ser o interlocutor entre a luta e o partido. Para isto, sua aproximação com os posseiros que lutavam pela terra foi imediata. Promoveu contatos, reuniu pessoas e teve uma participação direta na guerrilha de Porecatu.
É verdade que sua casa, na época da revolta dos camponeses de Porecatu era uma espécie de quartel general do partido?
Sim, minha casa em Londrina, funcionava como um QG do partido. Recebia e distribuía as armas, mantimentos, remédios e outras arrecadações feitas pelo partido e enviada para a Guerrilha. Minha mãe Anita, era costureira e contava que havia feito uniformes para os guerrilheiros, mesmo sem a medida de nenhum.
João Saldanha chegou a ficar a hospedado em sua casa? Em que período?
João Saldanha – pra nós Acácio – nome de guerra – esteve em nossa casa por mais de uma vez. Na época da Guerrilha, não me lembro, era muito pequena, mas meus pais vez ou outra falavam sobre ele. Um jovem magro, alto, alegre e com muitas histórias pra contar.
Você chegou a conversar com ele. Como ele era?
Quando já era adolescente e depois adulta, estivemos juntos várias vezes. Ele esteve em nossa casa em Londrina e adorava a “buchada- iguaria nordestina- feita pela minha avó Lia. Chamava meu pai de sectário porque ele não gostava de futebol. Era muito culto e com um grande vivência de militância e viagens pela Rússia, China e outros países. Nos vimos pela última vez em um Congresso do PCB no Rio de Janeiro, cuja data não me lembro. Conversamos, rimos e falamos sobre seu amigo e companheiro Manoel Jacinto.
Seu pai conversava com você sobre “a guerrilha de Porecatu”. Você se lembra de algumas história sobre essa luta que ele tenha te contado?
Muito do que Jacinto nos contava, faz parte do relato no livro do Marcelo Oikawa – Porecatu, a Guerrilha que os comunistas esqueceram. Contribui com o escritor, enviando fitas cassetes que haviam sido gravadas por meu pai. Meu pai sempre se referia aos companheiros de luta em Porecatu, como gente simples, acolhedora e fraterna, dizia que era tratado como um membro da família e que eram muito agradecidos pelo apoio recebido naquela luta.
Ele contava que após a derrocada da luta, coube a ele se embrenhar naquelas matas e rios, buscando sobreviventes, encontrando alguns, doentes e famintos e recolhendo armas que ficaram pelo caminho que foram devolvidas ao partido. Na verdade para cumprir esta tarefa quase morreu na mata, machucado, doente, com apenas uma arma que já não funcionava, uma lanterna apagada, correndo feito desesperado mata a dentro para cumprir sua missão.
O partido abandonou Porecatu?
Meu pai falava sempre sobre este episódio. Se ressentia com o desprestigiamento do partido em relação a maioria dos combatentes do PCB, a colhida que o Comitê Central deu ao Comandante Carlos- ouvindo só sua versão dos fatos – além do reconhecimento de outros membros do partido, que pouco fizeram durante o combate. “Gente que nunca abriu uma espiga de milho” e que foi premiado com viagens internacionais.
Jacinto era muito passional. Se envolvia em tudo que fazia com muito compromisso e dedicação. De Porecatu, fazia silêncio sobre algumas perguntas e se banhava em lágrimas ao relatar episódios de morte e dor que presenciou durante o conflito.
E como foi a participação dos militantes e “simpatizantes”do partido na rebelião armada dos camponeses?
Os militantes do partido do estado contribuíam com o movimento e os “simpatizantes” se mobilizavam em campanhas arrecadatórias de todo tipo de coisa que fosse necessária.
E o Manoel Jacinto?
Jacinto, que eu saiba,não se limitou nesta interlocução. Soube que ele em muitos momentos participou diretamente da luta, inclusive de alguns cursos de Guerrilha, oferecido pelo partido.
Tecia críticas ao partido por muitos episódios e se revoltava quando falava da violência entre posseiros, jagunços, fazendeiros e grileiros, apoiados pelas forças policiais do Paraná e de São Paulo.
Se emocionava ao falar dos tiroteios, dos incêndios provocados pelos jagunços ou policiais, destruição das lavouras e morte dos animais, falava da violência contra as mulheres dos posseiros. Estupros, inclusive.
Por outro lado, ele sempre dizia que foi por conta da luta em Porecatu que foram registradas as primeiras organizações camponesas do país, antes mesmo das Ligas Camponesas de Francisco Julião criadas em meados de 1950 em Pernambuco.
Quantas ligas foram criadas no norte do Paraná?
Na região foram criadas 21 Ligas – em Porecatu com 270 famílias e Guaraci com 268 famílias.Após o conflito, dezenas de sindicatos de trabalhadores rurais foram criados, além da Federação dos trabalhadores do estado do Paraná e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.
Há informações de que foi Manoel Jacinto quem fez um documento dirigido ao Comitê Central do PCB dizendo que a luta poderia ter sido vitoriosa “ se os dirigentes do PCB não tivessem proibido uma negociação proposta pelo governo do Paraná para assentar os posseiros na própria região sempre que possível e,em outras quando não se chegasse a um acorde entre os litigantes. Ele escreveu esse documento?
Na verdade, este assunto era pouco comentado em casa e quando comentado envolto em poucos detalhes. Mas Jacinto falava que havia informado o Comitê Central dos equívocos do partido em não permitir negociação dos camponeses com o governo, após longos anos de luta sangrenta com muitas perdas.
O que ele definia como um equívoco do partido?
Ele entendia que aquelas alturas dos acontecimentos seria uma saída honrosa aceitar a proposta do governo de alocar os posseiros na região ou em locais próximos em terras devolutas do estado.
O documento chegou a ser enviado? Para quem? O partido respondeu? Existem cópias desse documento?
Sim, ele escreveu um relatório final – Diário da Guerrilha -com contribuições de outros companheiros – não há cópias – que eu saiba. Soube que teria sido enviado ao Carlos Marighela – Comitê Central do PCB – mas que nunca teriam recebido nenhuma resposta. Sempre criticou o silêncio do PCB sobre o assunto.
João Saldanha, que também esteve em Porecatu disse que a “guerrilha de Porecatu” teve seu “Cabo Anselmo” se referindo ao militante Celso Melo,o comandante Carlos que teria delatado todos os integrantes do partido da região
Quem era Celso Melo?
Jacinto falou poucas vezes sobre o Comandante Carlos – Celso Cabral de Mello, enviado do Rio de Janeiro, para atuar em Porecatu. Ele era um ex- cabo da Marinha de Guerra do Brasil. Segundo meu pai, ele teve sua importância no movimento, mas considerava que sua liberação para a guerrilha, foi um equívoco cometido pelo Comitê Central.
Por que?
Carlos não teria ido imediatamente para a região do conflito. Antes, teria ficado uns dias em Londrina, depois se deslocado para Guaraci onde faz contatos com Arildo Gajardoni e Hilário Pinha, que eram líderes da luta. Fez várias reuniões, conversou muito e se inteirou de tudo que acontecia em Porecatu, antes de assumir seu posto.
Após assumir o comando, fica responsável pela logística, cursos de guerrilha e auto defesa, armamentos, estratégias e táticas de luta e doutrinação política. Com sua chegada o movimento se reorganiza, mas com ele também,os inúmeros problemas começam a surgir.
Quais?
Na verdade até então, Jacinto e seus companheiros entendiam que a grande maioria dos posseiros, só queriam mesmo defender seu pedaço de terra e não “tomar o poder”. A tarefa do partido era ajudar garantir esse direito e ajudar aquela gente a se defender da violência do estado com sua força policial e jagunços. A tarefa dos comunistas era o apoiar a luta, defender os camponeses e não torna-los quadros partidários. Mas não havia unanimidade neste pensar.
Já o comandante Carlos…?
Carlos quis transformar todo mundo em “quadros” do partido e isto teria arrefecido os desentendimentos entre os grupos e enfraquecido a luta em determinado momento e promovido dispersões importantes.
Ouvia Jacinto dizer da arrogância de Carlos, de responsabiliza-lo pela introdução de indisciplina, desmandos, bebida alcoólica nos acampamentos, gastos dos recursos arrecadados com suas de idas e vindas a Londrina para frequentar a “zona do meretrício.” Falava demais e contraditoriamente de descuidava da segurança.
Resultado….
Foram inúmeros os episódios de insatisfação dos camponeses em luta. Os conflitos se intensificavam, os confrontos mais tensos e mais violentos. As perdas de vidas, de benfeitorias e de colheitas eram cada vez maiores. O estado se fortalecia, os jagunços se empoderavam. O conflito se tornava cada mais sangrentos. Os latifúndios queriam as terras livres dos posseiros e não tinham limites para conseguirem arrancar as famílias de suas posses.
Os posseiros estavam cansados e se desarticulavam, a correlação de forças pontuavam para o lado dos perseguidores e os perseguidos acabaram sendo derrotados.
Ele foi mesmo um traidor?
Jacinto dizia também que quando preso, Carlos, teria delatados companheiros, mentido e se acovardado. Mesmo assim, o partido lhe garantiu toda cobertura para que pudesse sair do estado, considerando ser ele, um quadro da direção nacional do PCB.
Seu pai conversava com você sobre os “a guerrilha de Porecatu”. Você se lembra de algumas história sobre essa luta que ele tenha te contado?
Ele sempre se referia aos companheiros de luta em Porecatu, como gente simples, acolhedora e fraterna, dizia que era tratado como um membro da família e que eram muito agradecidos pelo apoio recebido naquela luta.
Com a derrota dos camponeses foi seu pai quem saiu a procura dos camponeses sobreviventes da luta aramada?
Ele contava que após a derrocada da luta, coube a ele se embrenhar naquelas matas e rios, buscando sobreviventes, encontrando alguns, doentes e famintos e recolhendo armas que ficaram pelo caminho que foram devolvidas ao partido. Na verdade para cumprir esta tarefa quase morreu na mata, machucado, doente, com apenas uma arma que já não funcionava, uma lanterna apagada, correndo feito desesperado mata a dentro para cumprir sua missão.
O partido abandonou Porecatu?
Meu pai falava sempre sobre este episódio. Se ressentia com o desprestigiamento do partido em relação a maioria dos combatentes do partido,a acolhida que o Comitê Central deu ao Comandante Carlos- ouvindo só sua versão dos fatos – além do reconhecimento de outros membros do partido, que pouco fizeram durante o combate. “Gente que nunca abriu uma espiga de milho” e que foi premiado com viagens internacionais.
Jacinto era muito passional. Se envolvia em tudo que fazia com muito compromisso e dedicação. De Porecatu, fazia silêncio sobre algumas perguntas e se banhava em lágrimas ao relatar episódios de morte e dor que presenciou durante o conflito.
Quando e de que maneira a guerrilha começou e quando terminou?
Este foi um conflito pela posse da terra que durou 7 anos, de 1944 a 1951. A luta pela terra em Porecatu foi responsável pela assinatura do primeiro decreto de desapropriação de terras para fins sociais do país.
Já no Estado novo, Getúlio Vargas, cria o programa chamado Marcha para o Oeste, priorizando a ocupação do Estado Nacional.
No Paraná, o interventor Manoel Ribas, conclama quem tiver interessado em ocupar terras devolutas do estado na região de Porecatu. A proposta era a ocupação de 200 hectares de mata ao preço de 18 mil réis, e após 6 anos de intervenção e lida na terra, a pessoa receberia a posse definitiva da terra. A proposta atraiu muita para a região. Alguns largaram tudo o que tinham conquistado até então, em busca do sonho de ser proprietário de um pedaço de chão.
Quando cai Getúlio e Manoel Ribas, assume Moisés Lupion, o conflito já estava estabelecido entre posseiros e grileiros. Isto porque em função da valorização da cafeicultura e cobiça das terras onde havia benfeitorias feitas pelos posseiros, entre elas estradas e até portos como do rio Paranapanema. A cobiça de fazendeiros era imensa, apoiada por políticos de Curitiba e de São Paulo, respaldada pelas forças policiais do governo.
Os conflitos foram inevitáveis, na região de Porecatu, Guaraci e Centenário do Sul. O governador Lupion cria o Departamento de Terras que funcionava como um verdadeiro balcão de negócios. Ali falsificavam documentos, faziam todo tipo de falcatruas,negociavam terras ocupadas pelos posseiros e garantiam a entrega da terra livre dos posseiros.
Esse foi o estopim que deu início a revolta dos camponeses?
Para que as terras estivessem “livre dos posseiros” todo tipo de atrocidades foram cometidas. Houve muita violência e morte dos dois lados, mas especialmente do lado os posseiros.
Não foi o PCB que pensou e programou a luta em Porecatu. Quando em 1949 Jacinto informou o Partido sobre a luta dos posseiros, o conflito já estava instalado. Os militantes comunistas estavam muito empolgados pelo lançamento do Manifesto de Agosto, assinado por Luiz Carlos Prestes que entre outras coisas, conclamava a população a criar a Frente Democrática de Libertação Nacional – com um vasto programa de atuação política em defesa da soberania nacional, dos trabalhadores, contra o imperialismo e pela Reforma Agrária.
No caso específico de Porecatu, o PCB apenas viu ali uma oportunidade de ganhar a confiança dos posseiros, ajudá-los na luta pela terra, já que esta eram uma das teses revolucionárias- defender os camponeses do julgo dos grandes latifúndios.
Na verdade o PCB, contribuiu de forma importante, mas não entendeu a hora certa de deixar o movimento. Na avaliação de Jacinto, teria sido quando o governador abriu a possibilidade de acordo pela posse da terra.
E você como avalia a Guerrilha de Porecatu?
Foi um levante importante e necessário. Em 1947, a família Gajardoni que era de Guaraci, entrou no movimento, ganhou a confiança dos posseiros e conseguiu reunir em uma manifestação 1500 posseiros armados. Isto por si só, mostra o nível de descontentamento dos posseiros diante do descaso do governo em relação aos seus direitos. Tratou-se de um confronto entre os camponeses que lutavam brava e heroicamente para garantir seu direito a posse da terra, contra grandes que exploravam seus trabalhadores, invadindo áreas de preservação permanente, cometendo sistemáticas ilegalidades e ignorando tratados, convenções e leis, em nome do lucro e da ganância econômica.
Em sua opinião, qual foi o legado deixado pela Guerrilha de Porecatu?
Não pode ser desprezado um movimento que começou com 300 posseiros e terminou com 3.000.Não teria havido os assentamentos, não fosse a luta. Não teriam acontecido as organizações sindicais de trabalhadores rurais, não fosse a luta. Considerando os acertos e os erros, foi uma luta importante e necessária.