O candidato à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) discursou a uma multidão na noite desta quarta (24), no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. Um dia após o ato realizado no Rio de Janeiro e igualmente cercado por artistas, parlamentares e lideranças populares, ele não economizou nas críticas ao também candidato Jair Bolsonaro (PSL).

“Não vamos aceitar mais ameaças. Em uma democracia não se criminaliza quem luta por seu direito. E quem ousar desafiar a democracia terá de responder à Justiça e à Lei. Ele [Bolsonaro] ameaça a oposição, as instituições, o Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal, os movimentos sociais. Mas o povo está acordado. Todo dia tem uma manifestação nova de apoio à nossa candidatura”, disse.

Haddad garantiu que as mobilizações sociais, contudo, não ocorrem por medo de Bolsonaro. “Sabe por que? Porque ele não é nada. Ele é um soldadinho de araque que nunca fez nada por esse país. É o medo do que ele incita, do que ele representa. Não a pessoa física, mas os valores que ele representa, que são os piores valores que alguém pode defender. Ele não defende a República, a democracia e o povo brasileiro”, ressaltou.

O candidato petista também comentou sobre as últimas pesquisas e se referiu à postura de medo do mercado financeiro.

“É sempre a mesma história. Se eles ganharem, eles vão vender tudo, vão privatizar tudo e os bancos vão ganhar dinheiro. [Mas] eles sabem que se nós ganharmos, não vamos vender nada. Eles sabem que nós não vamos não vamos vender o pré-sal, não vamos vender a Amazônia pra eles, não vamos dar a base de Alcântara para os americanos”, enfatizou. “Nós somos os promotores da paz e da democracia no continente”, completou.

DINO SANTOSNeste cenário de disputa, falou Haddad, o povo brasileiro não falará “sim” à intolerância e ao desamor. “O povo brasileiro vai falar sim à esperança, ao amor, à generosidade, à diversidade, aos movimentos sociais, aos negros e mulheres desses país, aos estudantes que entraram na universidade pela primeira vez em uma família porque tinha talento, mas não oportunidade. Vai falar sim ao movimento de rua que defende direito social.”.

Enquanto Haddad se dirigia ao povo, o clima no meio da multidão era de otimismo, de aplausos e de gritos sinalizando que esta é a hora da virada, o momento em que o Brasil entenderá o que está em jogo e mostrará nas urnas que “o ódio vencerá o amor”, como lembrou o ator Aílton Graça, durante o ato.

Ao lado dele, o rapper Emicida seguiu na mesma direção, carregando em suas mãos um vasinho de arruda. “A gente nunca pode se desconectar desse energia, meu parceiro e minha parceira. No começo do ano, um camarada meu me falou uma parada: – Mano, é um tempo de muito ódio, mas quem vai definir essa eleição é o amor. Daí eu peguei meu pezinho de arruda pra afastar os maus olhados todos e vim entregar aqui para o nosso próximo presidente, Fernando Haddad.”.

Ao final do ato, ao lado dos artistas e inúmeros aliados dos movimentos sindical e sociais, Haddad jogou rosas vermelhas e brancas para o povo que acompanhava o ato.

Confira a transmissão ao vivo feita pela CUT São Paulo