Está aberta a grande feira das políticas públicas!!!
É impossível não ter engulhos, ânsias de vômito, ao ver “a barganha” que está sendo feita com a pasta da saúde. É importante lembrar a história da construção do sistema universal de saúde pública no país, que demandou uma atuação ferrenha e dedicada dos movimentos sociais da área sanitária e de saúde ao longo dos anos.
É bom lembrar que em 1970, o sistema de saúde no país era extremamente precário: 73,4% dos municípios não tinham maternidade, 57% não tinham hospital e 90% não tinham Pronto Socorro. Quem atendia as camadas mais pobres eram as Casas de Misericórdia administradas pelas entidades filantrópicas.
Graças à atuação de ativistas e pessoas comprometidas com o projeto da criação do sistema universal de saúde pública, foi possível a criação das Ações Integradas de Saúde e sua expansão a grande parte dos municípios do país, ainda em 1986. Isso vai promover um impulso na criação da estrutura municipal de saúde, que depois serão substituídos pelos SUDS (Sistema Unificados de Saúde) e posteriormente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A mobilização da sociedade civil em torno do acesso universal à saúde foi o que permitiu a aprovação do novo sistema de saúde na Constituição de 1988, e garantiu a inclusão das associações municipais no processo de tomada de decisão no setor.
A equipe gestora da Saúde no Brasil tem de estar comprometida com essa história e com o projeto de sistema universal de saúde.
Colocar essa gestão na banca da “feira” das políticas públicas para quem “pagar mais” é retrocesso técnico, ideológico e político.