‘Que lobby autoritário é este que domina sentimentos, caráter, humanismo, moral, empatia, compaixão, princípios?’, questiona a jornalista
Compartilhado de JORNAL DO BRASIL
Hildegard, como sempre, na batida certa, na assertividade de suas palavras. Uma voz praticamente isolada, contra a cumplicidade e omissão de quase todas as entidades ditas “humanitárias”. O fato do Holocausto, ocorrido na Segunda Guerra, não pode servir como um véu previamente absolvidor para as práticas igualmente genocidas que vêm sendo perpetradas por um grupo judeu, contra um povo acuado que vem sendo destruído pelo poder bélico avassalador e muito desproporcional em poderio militar, no atual confronto Israel x Palestinos.
A vingança, mesmo que por mais justificável que se possa sustentar, jamais será uma medida e um instrumento para o estabelecimento da Justiça! A omissão colaboracionista de entidades de todos os matizes religiosos e orientações filosóficas e institucionais, no massacre dos palestinos, choca não somente Hilde, como todas as pessoas que ainda sejam providas de alguma compaixão, fraternidade e humanidade!!!
Leia o artigo da jornalista:
O silêncio dos indecentes
Hildegard Angel
Onde estão as organizações médicas brasileiras, nossas entidades e organizações humanitárias, que não protestam, que não se manifestam em cartas abertas nos jornais, que não dão entrevistas se posicionando contra esse genocídio, esse holocausto em tempo real nas redes sociais? Onde estão as organizações e lideranças católicas? A Pastoral, a Cúria, a CNBB? O único padre que vimos se manifestar foi o caridoso Júlio Lancelotti. Será que dom Helder Câmara e dom Paulo Evaristo Arns vão precisar ressuscitar para a comunidade católica brasileira ouvir uma voz que pregue a mensagem do palestino Jesus Cristo?
As seitas neopentecostais milionárias badaladas na mídia parece que apoiam o massacre de crianças, mulheres grávidas e pessoas inocentes. São extremistas de direita, neofascistas, neonazistas. Os demais sacerdotes evangélicos nada falam, a não ser alguns poucos, como o pastor Henrique Vieira, que eu tenha visto. Os budistas, os kardecistas, as religiões afro-brasileiras não vão falar nada? Esse caos afrontoso, essa catástrofe humanitária não incomodam os homens e mulheres de fé?
E as academias? Todas fazendo vista grossa? Ser a favor da paz e da vida agora é proibido? Quem proibiu? Que entidade poderosa paralisa todas as gargantas, vozes e sentimentos solidários? Que lobby autoritário é este que domina sentimentos, caráter, humanismo, moral, empatia, compaixão, princípios? Ora, façam-me o favor! O mundo silencioso e silenciado ainda há de se arrepender muito.