Homem gay sofre ataque homofóbico no Centro de Porto Alegre

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Publicado em Sul 21 – 

Grupos LGBT estiveram presentes no ato antifascista em Porto Alegre, na semana passada | Foto: Guilherme Santos/Sul21

“Eles correram até mim, me jogaram no chão e me acertaram alguns chutes, em pleno centro de Porto Alegre as 17h da tarde. Eu reagi e por sorte, eles não conseguiram me machucar”, relata. Ele classificou o episódio como um “ataque de ódio gratuito” e associou o ocorrido com outros casos de violência que vêm ocorrendo durante o período eleitoral, mesmo que no seu caso os agressores não tenham mencionado uma conotação político-partidária para o ataque.

“Eu tenho medo do dia de amanhã, eu tenho medo do dia 1 de Janeiro de 2019. Felizmente o medo nunca me fez deixar de ser quem eu sou, e esses acontecimentos eles servem pra nos calar, nos diminuir. Mas eu sou forte, aprendi a ser, minha profissão me ensinou a ser forte, ser negro me ensinou a ser forte, ser pobre me ensinou a ser forte, ser gay me ensinou a ser forte, e ser afeminado me ensinou a ser mais forte ainda”, afirma.

Confira o depoimento completo de Kauê:




RELATO DE UM ATAQUE DE ÓDIO GRATUITO:

Hoje eu entrei pra triste estatística que vem crescendo desde o 1 turno de votação desde ano: LGBT agredido apenas por estar existindo.

Eu estava saindo do terminal do tri ao lado do mercado público, quando TRÊS HOMENS (obviamente brancos) começaram a me insultar e dizer coisas como: ” OLHA LA O VIADINHO, OLHA O TAMANHO DO SHORTINHO DELA”. Eis que me viro e respondo: VÃO A MERDA.

Eles correram até mim, me jogaram no chão e me acertaram alguns chutes, em pleno centro de Porto Alegre as 17h da tarde. Eu reagi e por sorte, eles não conseguiram me machucar. Já era evidente pra mim, que seriam tempos difíceis pra ser quem eu sou, hoje isso acaba de se concretizar, de um modo lamentável.

Fico me perguntando o que seria de mim, se eles estivessem armados? O que seria de mim, se eu não tivesse gritado por socorro? O que seria de mim, se além de três, eles fossem mais?

Essa violência ela infelizmente sempre existiu, e no momento atual que nos encontramos as pessoas se acham no direito de amedrontar e agredir pessoas que se diferem delas.

Eu tenho medo do dia de amanhã, eu tenho medo do dia 1 de Janeiro de 2019. Felizmente o medo nunca me fez deixar de ser quem eu sou, e esses acontecimentos eles servem pra nos calar, nos diminuir. Mas eu sou forte, aprendi a ser, minha profissão me ensinou a ser forte, ser negro me ensinou a ser forte, ser pobre me ensinou a ser forte, ser gay me ensinou a ser forte, e ser afeminado me ensinou a ser mais forte ainda.

Fascistas, vocês não vão me calar, continuarei lutando pela liberdade de ser quem se é. Que o universo nos proteja, e seguimos na luta.

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