Por Martha Raquel, Jornalistas Livres –
O blog feminista está sob ataque desde os primeiros dias de 2017
Lola Aronovich é professora da Universidade Federal do Ceará, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela Universidade Federal de Santa Catarina e há 9 anos mantém o blog “Escreva Lola Escreva”, sobre feminismo, no ar. Sem qualquer preocupação com a estética de layout do blog, Lola escreve quase diariamente sobre suas experiências pessoais e a luta das mulheres. Há anos Lola sofre perseguições de masculinistas que destilam machismo e misoginia sobre ela, que foi a porta de entrada do feminismo para muitas meninas e mulheres.
O silêncio da mídia sobre os ataques e as ameaças, inclusive de homens que já foram presos pela Polícia Federal e agora estão livres, é simbólico e fala muito sobre como a luta das mulheres é vista.
As imagens de seu blog estão sendo removidas pelo Google após sofrerem denúncias em massa, e Lola chegou a ter sua conta principal de e-mail bloqueada, e agora vive sob o medo de perder seu blog do dia para a noite por causa dessas perseguições.
Abaixo segue algumas das mensagens que Lola vem recebendo nos comentários de seu blog:
“E aí Dolores, tudo bem? Ontem eu denunciei duas postagens do seu blog, e para a minha surpresa, o Google apagou diversas fotos de MUITOS posts seus cujos eu nem sabia da existência, me ajudando e encurtando em horas o meu hobbie (ao qual me dedico com a avidez de um trabalho). Saiba que nós, Sanctvms da DogolaCorps S.A, não iremos parar. Nós iremos te destruir: 2017 é seu último ano, pelo menos na blogosfera.”
“Isso é pra você aprender que se NÓS, HOMENS, não quisermos, NADA vai pra frente, inclusive o direito de opinião de vocês. E se prepara pois estamos aprontando contra seu blog, já derrubamos uma das suas contas e as restantes não passam desse mês.”
O blog está no ar desde janeiro de 2008 e, segundo dados do Google, tem 35 milhões de visualizações desde sua criação. Dito isso, é fácil perceber que para os masculinistas é vantajoso que Lola tenha seu conteúdo retirado de circulação.
Os Jornalistas Livres tentaram contato com a equipe do Google, mas até agora não obtiveram uma resposta sobre quais foram as políticas do Termo de Serviço que Lola violou. Declaramos todo apoio à Lola e a luta feminista, que se mostra tão importante e necessária num cenário mortal para as mulheres.