Houve fraudes, sim, na eleição de 2018

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Por Mario Marona, jornalista – 

1. Bolsonaro fugiu de todos os debates, negando ao eleitor a oportunidade de conhecer as suas propostas e, no segundo turno, as propostas de seu adversário. Nas entrevistas individuais de que participou, mentiu e jamais foi contestado por seus entrevistadores. Recusando-se aos debates no segundo turno, acabou beneficiado pelas emissoras, porque foi negado ao seu adversário o direito de, mesmo individualmente, usar pelo menos parte do tempo que seria destinado aos duelos entre os dois candidatos para expor suas ideias.

2. Empresários apoiadores de Bolsonaro contrataram ilegalmente, por milhões de reais, o serviço também ilegal de empresas de disparo de mensagens nas redes sociais. As mensagens enviadas a milhões de eleitores mentiam e cometiam ataques difamantes e caluniosos contra os adversários de Bolsonaro.

3. Uma das empresas de disparo ilegal de mensagens contratada para trabalhar para o candidato oferecia “240 milhões de linhas de celular com perfil atrelado”, “100 milhões de títulos de eleitores”, “cruzamento de dados cadastrais com eleitorais”, “campanhas segmentadas por zona eleitoral” e “Dados geo-referenciados: Por estado, cidade e bairros”.




4. Uma das mensagens enviadas a milhões de eleitores pelo esquema de disparo de fake news que apoiava o candidato dizia a segunte mentira: “Urgente – Marcelo Odebrecht delata Fernando Haddad recebeu propina grossa via Palocci (acabou a farsa)”. Isto nunca aconteceu e só foi desmentido pelo MPF depois da eleição.

Muitas outras fake news foram distribuídas à grande parte dos eleitores brasileiros, como a que dizia que esquerdistas alimentavam bebês por mamadeiras com bicos em formato de pênis.

5. A uma semana do segundo turno, o juiz Sérgio Moro vazou à TV Globo trechos de uma delação premiada de Antônio Palocci, com acusações ao PT, que já existia há 3 meses e havia sido rejeitada até mesmo pelos procuradores antipetistas da Lava Jato, por não mostrar nenhuma prova.

O vazamento foi reproduzido dezenas de vezes pela Globo e por toda a imprensa, causando danos à imagem do adversário de Bolsonaro às vésperas da eleição.

6. Antes mesmo da eleição, o juiz Sérgio Moro foi premiado por Bolsonaro com o convite para ser ministro da Justiça, que aceitou, e o aceno de vir a integrar o STF.

7. Embora autorizado por ministro do STF a dar entrevista a um jornal enquanto estava preso, em setembro de 2018, Lula foi impedido da falar à imprensa por uma liminar de outro ministro, que desautorizou o colega. Lula só pôde exercer o direito de falar à mídia depois da eleição.

HOUVE FRAUDES, SIM, NA ELEIÇÃO DE 2018.

Mas todas as fraudes – políticas, morais e materiais – até agora indentificadas foram cometidas por Jair Bolsonaro ou por terceiros que a ele beneficiaram, e o Judiciário, sempre que acionado pelos que se sentiram prejudicados, não tomou nenhuma providência concreta.

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