Os comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército receberam juntos mais de R$ 3 milhões em indenizações ao passarem para a reserva, de acordo com informações do Portal da Transparência.
Por Yurick Luz, compartilhado de DCM
na foto: Jair Bolsonaro cumprimenta o general Mário Fernandes, um dos apontados como idealizadores da trama golpista – Foto: Reprodução
O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, que lidera a corporação responsável por um vídeo recente criticando o termo “privilégios”, recebeu R$ 1,2 milhão em 2023. A gravação vergonhosa causou uma onda de revolta nas redes sociais.
Do total recebido por Olsen, R$ 229 mil referem-se a férias não tiradas, R$ 477,7 mil são classificados como ajuda de custo, R$ 77 mil como verba indenizatória, e outros R$ 440 mil também discriminados como “verbas indenizatórias”.
O comandante do Exército, Tomás Paiva, recebeu R$ 770 mil no mesmo período. Desses, R$ 388,9 mil são relativos a férias acumuladas, R$ 304,1 mil foram pagos como ajuda de custo, e R$ 77 mil cobriram despesas de mudança de São Paulo para Brasília.
Já o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Marcelo Kanitz Damasceno, lidera a lista com R$ 1,3 milhão recebidos. Esse montante inclui R$ 907,9 mil em verbas indenizatórias em 2023, além de R$ 337,2 mil pagos no ano anterior.
Militares indiciados por trama golpista
Além disso, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), militares da ativa começaram a receber indenizações milionárias, incluindo alguns indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em uma suposta trama golpista. Entre eles, cinco militares receberam, juntos, R$ 2,2 milhões em pagamentos.
O general Mário Fernandes, apontado como um dos idealizadores de um plano para atacar o presidente Lula (PL), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, foi um dos principais beneficiados. Ele recebeu R$ 421,9 mil, sendo R$ 262,4 mil ao passar para a reserva em 2020 e outros R$ 159,5 mil em 2021, ambos classificados como verbas indenizatórias.