Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Facebook
Existem infindáveis problemas na tragédia atual do Brasil, mas um dado particular tem chamado a atenção do gerente do estabelecimento: pesquisa após pesquisa, 1/3 dos brasileiros está firme, pensa e apoia os absurdos de Bolsonaro. Não é só muita gente, é estarrecedor.
Não adianta argumentar que nem todos são fascistas. O fato é que esse muito expressivo núcleo duro avalia que o caminho é por ali, a barbárie.
Ok, é bacana e talvez certo dizer que temos obrigação de dialogar com essa gente, mas objetivamente o Brasil civilizado não pode ignorar a relevância do fato.
É apenas lateral a discussão sobre como chegamos à onda primitiva e mesmo saber que a História registra o crescimento do fascismo em momentos de crise econômica.
O que se apresenta agora é buscar estradas para desinflar a ignorância triunfante.
O olhar de paisagem para essa massa, típico de alguns que enxergam no conforto de redes sociais de iguais um mundo real delirante, pode ser o entorpecente necessário para a sobrevivência, mas a parada é mesmo dura.
Nosso vizinho que reproduz as manipulações do JN, o parente que é quase um militante das bobagens históricas, o porteiro pobre que se acha classe média e defende a meritocracia fake, o médico que odeia saúde pública etc estão aí.
Não é para desistir, mas sem reconhecer a extensão que a imbecilidade conquistou no Brasil qualquer ação política já nasce com fôlego curto. Nosso bode é grande demais e tirá-lo da sala, não é tarefa para fracos.