Imprensa brasileira usou declarações de Mujica para divulgar mentiras

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Por Vanessa Martina Silva, para Opera Mundi – 

Jornais e sites de notícias divulgaram informações sugerindo que, a partir das declarações do mandatário uruguaio, Lula sabia do ‘mensalão’

“Lula transmitiu ao [ex-presidente José Pepe] Mujica que é difícil governar o Brasil sem conviver com chantagens e ‘coisas imorais’, mas não se referia ao Mensalão”, esclareceu Andrés Danza — um dos autores do livro “Una oveja negra al poder”, em entrevista ao site G1 — desmentindo a versão repercutida pela imprensa brasileira nesta sexta-feira (08/05) de que o ex-mandatário uruguaio teria recebido uma “confissão” de Lula na qual ele diria que o mensalão era “a única forma de governar o Brasil”.

De acordo com Mujica, Lula “foi um modelo, um de seus faróis”, além de um de seus grandes amigos




Na tarde desta sexta-feira (08/05), a assessoria de imprensa do Instituto Lula lamentou “que mais uma vez a imprensa brasileira se utilize de imprecisões para gerar interpretações equivocadas e divulgar mentiras”.

Veja algumas das manchetes publicadas:

A matéria intitulada: “Mujica, em livro, relata confissão de Lula sobre mensalão”, publicada pelo jornal O Globo hoje, sugere que durante a entrevista concedida aos jornalistas Ernesto Tulbovitz e Danza, os ex-presidentes, “ao falarem sobre o escândalo do mensalão, que consistia na compra de apoio político, o petista lhe teria dito que aquela era ‘a única forma de governar o Brasil’”, dando a entender que o político brasileiro sabia dos ilícitos.

 No entanto, questionado pelo G1 se Lula referia-se especificamente ao mensalão ou a “coisas imorais” ao falar sobre “a única forma de governar o Brasil”, Ganza disse: “Não, Lula estava falando sobre as ‘coisas imorais’ e não sobre o mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é difícil governar o Brasil sem conviver com chantagens e ‘coisas imorais'”, assegurou o autor.

No trecho do livro enviado a Opera Mundi pela assessoria do Instituto Lula, consta que Mujica disse ainda que “Lula não é um corrupto como Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros. E que “Lula viveu todo esse episódio com angústia e um pouco de culpa”.

O livro deve ser lançado, em breve, no Brasil, mas não tem data definida.

Venezuela

O Instituto Lula também lançou uma nota de esclarecimento com relação à matéria que será publicada neste final de semana pela Revista Época. A nota responde as perguntas sobre o assunto tratado pela publicação em matéria publicada pelo mesmo repórter, Thiago Bronzatto, no dia 3 de abril de 2015, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi ouvido, mesmo com a matéria se referindo ao ele.

Os questionamentos dizem respeito à construção de um metrô em Caracas que contou com financiamento do BNDES. Sobre o fato, a assessoria responde que: “Como deve ser de seu conhecimento, os financiamentos do BNDES para a construção do metrô de Caracas, na Venezuela, tiveram início em contratação datada de 13 de dezembro de 2001, antes, portanto, do governo do ex-presidente Lula. O valor inicial desta contratação foi de U$ 107 milhões, conforme relatório assinado pelo então presidente do BNDES, em conformidade com uma política de incentivo às exportações de serviços brasileiros. Naquela ocasião, o presidente da Venezuela, país contratante, era Hugo Chávez”.

Com relação ao seguinte questionametno: “O senhor ex-presidente Lula tem conhecimento de que o financiamento concedido pelo BNDES para a construção do metrô venezuelano está sendo investigado tanto pelo TCU quanto pelo MPF?”, o Instituto Lula pontuou que “depois que deixou o governo o ex-presidente Lula continuou mantendo contatos com chefes de Estado e de Governo de outros países, nas viagens que faz ao exterior ou recebendo-os no Brasil. Em 2011, Lula viajou para Caracas para realizar uma palestra contratada pela Odebrecht, realizada no Hotel Marriott de Caracas, às 10h do dia 2 de junho de 2011, para empresários, diplomatas e autoridades governamentais, e noticiado então pela Folha de S. Paulo. Na viagem, Lula foi recebido pelo então presidente Hugo Chávez. O ex-presidente Lula não é parte citada em qualquer procedimento investigatório de que tenha conhecimento, por parte do Ministério Público ou do Tribunal de Contas da União. Quanto aos procedimentos do TCU relativos ao financiamento de exportações de serviços brasileiros, já noticiados pela revista ÉPOCA em 3 de abril e mencionados em sua mensagem, informamos que o ex-presidente Lula não considera esta revista uma fonte de informação digna de crédito.

 

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