Publicado no Portal da Causa Operária –
Na madrugada do último sábado, dia 11 de outubro, uma chacina, ao que tudo indica, causada por militares, deixou sete pessoas mortas na favela do Salgueiro, no bairro de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Entre os que perderam a vida na operação estão um funcionário de uma peixaria, um estudante e dois motoristas do aplicativo Uber.
As mortes foram resultado de uma ação coordenada entre o Exército e o Core, grupo de operação especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Os militares negam, mas o depoimento de 15 policiais civis, bem como o relato dos moradores dão conta de que os assassinatos foram provocados pelos soldados do exército.
Estes, no entanto, ficarão impunes, uma vez que no mês passado, o congresso golpista, sob pressão dos militares aprovou projeto de lei 44 de 2016 que transfere o julgamento de crimes do Exército da justiça civil para tribunais militares o julgamento de atos cometidos por soldados em operações de Garantia de Lei e Ordem (GLO). O projeto foi apoiado pelos generais do alto comando do Exército, como o general Villas Bôas.
A medida é um dos maiores indícios de que o golpe militar está em marcha no país de maneira cada vez mais acelerada. Consiste em uma preparação do terreno político para a imposição de uma ditadura ferrenha contra o povo. A população ficará totalmente refém nas mãos dos militares fascistas, os quais terão a total liberdade para matar quem quer que seja.
É necessário organizar de maneira imediata a luta contra o golpe militar, por meio da formação dos comitês de luta em cada cidade, fábrica, escola e local de trabalho. Somente a força do povo organizado pode derrotar todos os golpistas.