Interior de SP quer eleger governador o prefeito que ludibriou a capital

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Por Eduardo Guimarães em seu Blog – 

João Doria foi eleito prefeito de São Paulo, em 2016, na onda de antipetismo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff. Fez todas as promessas que julgou necessárias para se eleger. Nos bairros ricos, propôs tirar mendigos da rua, nos bairros pobres, prometeu solucionar todos os problemas sociais com uma canetada.

O resultado não poderia ser diferente. A mendicância aumentou exponencialmente em São Paulo devido ao abandono de programas sociais e da crise econômica, agora exponenciada pelas medidas antipopulares de Michel Temer, as tais “reformas”, como a reforma trabalhista, que precarizou como nunca o trabalho assalariado no Brasil.

Contra a vontade dos paulistanos, o “prefake” tucano abandonou cerca de um ano após assumir e se torna candidato ao governo do Estado.




Segundo a Folha de São Paulo, a má-gestão que a população majoritariamente reacionária da capital paulista elegeu em 2016 por pura picuinha contra o PT fez Doria deixar o mandato fortemente reprovado por seus eleitores, mas, nesta segunda-feira 16 de abril, o Datafolha trás uma notícia estarrecedora: o interior do Estado, que mantém o PSDB no poder há mais de duas décadas, quer colocar no governo do Estado outro tucano, agora reprovado pelo estelionato eleitoral na capita.

Confira reportagem da Folha

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ELEIÇÕES 2018
Doria lidera disputa pelo governo, mas rejeição sobe
Datafolha mostra tucano com 29% ante 20% de Paulo Skaf em São Paulo

16.abr.2018 às 0h01
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Bruno Boghossian
BRASÍLIA

O ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) lidera a corrida pelo governo do estado, segundo levantamento do Datafolha. A rejeição ao tucano, porém, disparou na capital –que comandou por um ano e três meses, até renunciar para disputar a eleição.

Doria é o primeiro colocado nos dois cenários pesquisados de quarta (11) a sexta-feira (13). Ele aparece com 29% das intenções de voto, seguido pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), que tem 20%.

O ex-prefeito João Doria durante evento do PSD que oficializou apoio à candidatura de João Doria para governo de São Paulo.
O ex-prefeito João Doria durante evento do PSD que oficializou apoio à candidatura de João Doria para governo de São Paulo – Joel Silva 09.ABR.2018 /Folhapress
O atual governador, Márcio França (PSB), tem 8%, empatado com o ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho (PT), que marca 7%. Outros 26% declaram voto em branco ou nulo.

A vantagem de Doria aumenta quando Skaf não é apresentado como candidato. O ex-prefeito aparece com 36% das preferências, à frente de França (10%) e Marinho (9%). Votos em branco ou nulos sobem para 32%.

Cerca de um terço dos eleitores de Skaf migra para Doria. Outros 35% decidem votar em branco ou nulo, e o restante se divide entre os demais candidatos.

Nos dois cenários, Rogério Chequer (Partido Novo), Lisete Arelaro (PSOL) e Alexandre Zeitune (Rede) aparecem em uma faixa de 1% a 3%.

A seis meses da disputa, a pesquisa espontânea (quando não é apresentada uma cartela com os candidatos), mostra que 62% dos eleitores dizem não saber em quem votar. Outros 21% declaram voto em branco ou nulo.

O Datafolha ouviu 1.954 eleitores em 68 municípios de São Paulo. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número SP 04706/2018.

REJEIÇÃO

Líderes da disputa, Skaf e Doria também são os candidatos com os maiores índices de rejeição: 34% do eleitorado paulista dizem que não votariam “de jeito nenhum” no presidente da Fiesp e 33%, no ex-prefeito paulistano.

Atrás deles, aparecem Marinho (27%), França (22%), Chequer (21%), Arelaro (20%) e Zeitune (19%).

A rejeição a Doria é maior na capital paulista. Entre os moradores da cidade, 49% dizem que não dariam seu voto ao ex-prefeito. No interior, esse índice é de apenas 25%.

Para os demais candidatos, a taxa de rejeição é mais equilibrada entre eleitores da capital e do interior –o que sugere que Doria pode ter dificuldades em seu quintal.

Sua aprovação despencou, e dois terços dos paulistanos consideram que ele agiu mal ao deixar a prefeitura para disputar outro cargo.

O índice de intenção de voto de Doria também é menor na capital. No cenário com Skaf, o ex-prefeito tem 24% na cidade e 30% nos municípios do interior.

O desempenho de Doria na pesquisa é melhor entre os homens (35%) do que entre as mulheres (24%).

O tucano também pontua mais nos segmentos de maior renda: aparece com 39% entre os eleitores mais ricos e tem apenas 24% no grupo que recebe até dois salários mínimos por mês.

Doria é o favorito dos entrevistados que classificaram o governo Geraldo Alckmin (PSDB) como ótimo ou bom.

Nesse bloco, o ex-prefeito atinge 38% das preferências quando Skaf é candidato e vai a 49% no cenário sem o presidente da Fiesp. Márcio França, tem 9% e 11%, respectivamente, entre os eleitores que aprovam o governo de seu antecessor.

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