Intervenção militar ou recolonização à revelia do excedente populacional?

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Por Fábio de Oliveira Ribeiro, no Jornal GGN – 

Todos os anos a Sabesp distribui bilhões de dólares em lucros na Bolsa de Valores de New York. Quando a empresa deixou a população de São Paulo sem água, o Exército não interviu na Sabesp. Muito pelo contrário, os militares fizeram uma simulação para defende-la porque a consideram estratégica para o país. Que país? A Sabesp é uma empresa privada e seus acionistas são quase todos estrangeiros.

Durante o carnaval os turistas foram molestados pelos marginais cariocas. Isso foi o suficiente para que os donos de hotéis na orla marítima, alguns deles norte-americanos, exigissem uma intervenção militar no Rio de Janeiro. Não por acaso a rede hoteleira está entusiasticamente apoiando a opressão dos pobres cariocas à revelia da Constituição Federal.




O desemprego elevado, o crescimento econômico pífio, a destruição da rede de proteção social construída pelos governos petistas, a entrega do pré-sal aos estrangeiros a preço de banana e até mesmo a defesa da soberania do Brasil não são itens que interessam muito aos militares. Nos dois episódios acima mencionados, as Forças Armadas revelaram sua verdadeira vocação: tropa de ocupação para garantir os interesses norte-americanos no Brasil.

A marcha da recolonização do Brasil está quase completa. Só falta agora a cereja no bolo: a assinatura de um novo acordo militar colocando as Forças Armadas formalmente sob o poder do Pentágono. Pessoalmente não creio que isso seja necessário. Afinal, as formalidades são desnecessárias. Assim como afirmam que os brasileiros não têm direitos, os militares podem muito bem conceder todos os direitos que quiserem aos novos donos do país.

E nós? – perguntam os brasileiros pobres. Na melhor das hipóteses nós somos uma infestação humana nativa, um excedente populacional indesejado tolerado pelo mercado e por seus guardiões fardados. Na pior, nós seremos apenas exterminados em razão da insubordinação política ou exigências econômicas. A única coisa que os militares temem nesse momento é o Tribunal Penal Internacional. Portanto, ninguém deve ficar surpreso se o chanceler do usurpador denunciar o acordo que o criou fazendo o Brasil se retirar da alçada do TPI.

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