Por Renato Rovai em seu Blog –
O fato ocorreu na Associação Comercial e foi presenciado por Silvia Ramos, cientista social da Cândido Mendes, que enviou email hoje aos editores dos veículos
Ela presenciou a cena de diversos repórteres abaixando e desligando suas câmeras a partir da ordem do interventor do Rio de Janeiro, o general Braga Neto.
Leia o e-mail que Silvia Ramos enviou às redações. Seu relato é assustador. Ontem mesmo escrevi um texto sobre a censura que estava escondida por trás da ação da Agência Lupa no caso do terço do Papa, mas este relato de Silvia Ramos é ainda mais revelador de como a censura está sendo naturalizada.
Foi chocante a forma como ele começou a exposição. Pediu que as câmeras de TV e máquinas fotográficas que estavam posicionadas no alto do auditório fossem deligadas. Fiquei surpresa porque as câmeras foram desligadas e baixadas. E mais surpresa pelo fato de que nenhum veículo mencionou esse fato nas matérias publicadas no dia ou no dia seguinte.
Bem, escrevo a vocês porque não foi só a GloboNews que “aceitou” um arranjo que não aceitamos em geral no Brasil, jamais aceitaríamos de autoridades e políticos que ocupam cargos públicos, mas parece que está se tornando aceitável quando vem de um interventor fardado, que fala raramente, como se estivesse fazendo uma concessão ao dar explicações sobre políticas públicas.
Não sei se estou exagerando, mas se outras emissoras e veículos aceitassem calados a humilhação, a arrogância e o autoritarismo – recebido por todos com naturalidade – eu acharia menos espantoso. Mas a GN, O Globo, outros jornais grandes e tradicionais… me parece perto do “fim do mundo”.
Acho que veículos profissionais terão grande importância no tratamento jornalístico sobre o Brasil mais militarizado que vem se tornando presente entre nós. Mas da GN, Globo, O Dia e outros eu espero muito mais. Inclusive atitudes que poderiam ser “pedagógicas” para generais iniciantes em cargos públicos.
Beijos,
Silvia Ramos