Publicado na Rede Brasil Atual –
Alunos e entidades denunciam que grupos arregimentados por representantes da secretaria de Educação, com apoio policial, invadem escolas ocupadas, à revelia da Justiça
São Paulo – A manhã de hoje (1º) começou com o acirramento das tensões entre estudantes que ocupam as escolas em protesto contra a reorganização pretendida pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e grupos arregimentados pelo governo estadual compostos por diretores, pais e também alunos contrários à mobilização, apoiados pela PM, que tentam invadir as unidades ocupadas.
Na escola Maria José, na Bela Vista, zona central de São Paulo, após a visita do chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Fernando Padula, um grupo forçou a entrada na escola, arrombando os portões. A PM foi chamada e colaborou com a invasão ilegal, atacando os estudantes da ocupação com spray de pimenta. Relatos que chegam à RBA dão conta inclusive da participação de policiais no arrombamento de um dos portões.
Situação similar ocorre na escola Octávio Mendes , em Santana, zona norte da capital, de acordo com o coletivo Jornalistas Livres. Os estudantes ocupados afirmam que desde o início da manhã “grupos de direita” fazem pressão para adentrar às dependências da escola. A PM também permanece no local.
Estudantes também realizaram protesto na ponte João Dias, na zona sul de São Paulo, e foram reprimidos pela PM. Um professor, um estudante e um jornalista foram detidos e levados ao 92º DP, no Parque Santo Antônio.
Em outra situação denunciada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a escola República do Suriname, na zona leste, foi desocupada ilegalmente na manhã de hoje pela diretora da unidade, acompanhada de supervisores e grande escolta policial.
Também segundo o sindicato, outra situação de abuso ocorreu durante a noite de ontem (30), em Osasco. A escola Coronel Sampaio foi invadida, saqueada e incendiada, e a PM, que estava nas imediações por causa da ocupação, nada fez para impedir e ainda lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes, deixando dois feridos, um deles também intoxicado pela fumaça.