Ofer Cassif comparou as propostas do ministro das Finanças Bezalel Yoel Smotrich (da extrema-direita) a uma ‘solução final’
Por Lourdes Nassif, compartilhado de Jornal GGN
O deputado comunista e judeu, Ofer Cassif, foi suspenso pelo Knesset por 45 dias, por expressar a sua oposição ao ‘massacre’ em Gaza. “É mais um prego no caixão da liberdade de expressão”, considerou o deputado.
“Estamos profundamente afetados pelo contínuo derramamento de sangue e pelo estreitamento do espaço democrático”, disse o deputado em suas redes sociais logo depois de sua suspensão. “O Governo [israelita] está efetivamente a cometer um massacre e ambiciona guerra e violência”, completou.
Eleito pela aliança Hadash, coligação do Partido Comunista de Israel (PCI) e vários grupos de esquerda, incluindo árabes seculares (dos 5 deputados eleitos, apenas Cassif é judeu), Ofer Cassif comparou as propostas do ministro das Finanças Bezalel Yoel Smotrich (da extrema-direita) a uma ‘solução final’, termo usado pelos nazis para descrever o Holocausto.
“São declarações políticas legais, legítimas e morais”, contrapôs o deputado. “O governo da atrocidade está a conduzir ao desastre o povo de Israel contra o povo palestiniano”, estando também, acusa, a ser perpetrada uma campanha “contra qualquer pessoa que levante uma voz crítica e de oposição”.
O PCI defende a urgência de “lutar para acabar a ocupação e reconhecer os legítimos direitos do povo palestiniano e as suas justas reivindicações”. “Acabar com a ocupação e instaurar uma paz justa está no claro interesse de ambos os povos”.
Retaliação
O governo de Benjamin Netanyahu aprovou um regulamento que lhe dá poderes para “encerrar temporariamente canais de comunicação social estrangeiros durante estados de emergência”, se considerar que o canal está prejudicando a segurança nacional.
A iniciativa teve como alvo específico bloquear a Al Jazeera (confirmado pelo ministro das comunicaçõs Shlomo Karhi), que desmontou recentemente várias das mentiras apresentadas por Israel em relação ao ataque ao Hospital al-Ahli, no Norte de Gaza, que vitimou centenas de pessoas.
Com informações do site Abril