Israel suspende deputado que criticou ‘massacre’ de civis

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Ofer Cassif comparou as propostas do ministro das Finanças Bezalel Yoel Smotrich (da extrema-direita) a uma ‘solução final’

Por Lourdes Nassif, compartilhado de Jornal GGN




Ofer Cassif, deputado comunista no parlamento de Israel, foi violentamente espancado pelas forças policiais israelitas a 9 de Abril de 2021, num protesto contra despejos em Jerusalém Oriental. Antes da sua eleição, em 2019, Cassif, doutorado em filosofia política pela London School of Economics, deu aulas de ciência política na Universidade de Tel Aviv. Créditos Mahmoud Illean

O deputado comunista e judeu, Ofer Cassif, foi suspenso pelo Knesset por 45 dias, por expressar a sua oposição ao ‘massacre’ em Gaza. “É mais um prego no caixão da liberdade de expressão”, considerou o deputado.

“Estamos profundamente afetados pelo contínuo derramamento de sangue e pelo estreitamento do espaço democrático”, disse o deputado em suas redes sociais logo depois de sua suspensão. “O Governo [israelita] está efetivamente a cometer um massacre e ambiciona guerra e violência”, completou.

Eleito pela aliança Hadash, coligação do Partido Comunista de Israel (PCI) e vários grupos de esquerda, incluindo árabes seculares (dos 5 deputados eleitos, apenas Cassif é judeu), Ofer Cassif comparou as propostas do ministro das Finanças Bezalel Yoel Smotrich (da extrema-direita) a uma ‘solução final’, termo usado pelos nazis para descrever o Holocausto.

“São declarações políticas legais, legítimas e morais”, contrapôs o deputado. “O governo da atrocidade está a conduzir ao desastre o povo de Israel contra o povo palestiniano”, estando também, acusa, a ser perpetrada uma campanha “contra qualquer pessoa que levante uma voz crítica e de oposição”.

O PCI defende a urgência de “lutar para acabar a ocupação e reconhecer os legítimos direitos do povo palestiniano e as suas justas reivindicações”. “Acabar com a ocupação e instaurar uma paz justa está no claro interesse de ambos os povos”.

Retaliação

O governo de Benjamin Netanyahu aprovou um regulamento que lhe dá poderes para “encerrar temporariamente canais de comunicação social estrangeiros durante estados de emergência”, se considerar que o canal está prejudicando a segurança nacional.

A iniciativa teve como alvo específico bloquear a Al Jazeera (confirmado pelo ministro das comunicaçõs Shlomo Karhi), que desmontou recentemente várias das mentiras apresentadas por Israel em relação ao ataque ao Hospital al-Ahli, no Norte de Gaza, que vitimou centenas de pessoas.

Com informações do site Abril

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