Por Willian Novaes, publicado no Jornal GGN –
Espancamento na Frente da FIESP
Os tempos sombrios chegaram de vez. Um pedestre acabou de ser espancado, por um grupo de manifestantes que querem a queda do atual governo, na frente do prédio da FIESP, na avenida Paulista, em SP. Ao sair do metrô Trianon me deparei com esse homem da foto todo ensanguentado e chorando. A esposa dele também chorava. Os agressores riam e comemoravam a agressão na frente do sujeito. Muitos diziam que ele tentou invadir o acampamento. Desculpe, eu não vi, mas não tem lógica. Obviamente ele seria espancado, como foi. Uma mulher também foi ameaçada e pedia ajuda para os policiais militares. No entanto reconheci alguns rostos de outras manifestações, parte dos agressores apoiam a Intervenção Militar, com seu discurso de ódio e com o famoso bordão “Naquele tempo (da ditadura) o país era mais seguro e melhor”, que eles repetiam como mantra no meio da confusão de hoje.
Por outro lado, o que também me impressionou foi a educação dos Policiais Militares com os agressores. “Por favor”, “me dá licença”, “o senhor pode entrar na viatura”, “eles (o agredido) são assim mesmo, vem provocar vocês que estão fazendo uma manifestação democrática”, para quem conhece um pouco da PM, sabe que essa gentileza não é normal. A PM mostrou claramente o seu lado na história. Enquanto o homem que apanhou chorava e gritava que o sangue dele também era vermelho, como de todos ali, os demais retrucavam que ele era comunista e comedor de mortadela. Assim, a onda do ódio ganha mais força num país rachado. Uma hora alguém será morto e a culpa será de quem?