Em prantos, saí há pouco da sessão de “Ainda estou aqui”. Um filme (sobre a persistência) da memória.
Compartilhado do Blog de Simão Zygband
Por Jean Wyllys
Arte: Sergio Papi
Uma história sobre a resistência da decência humana básica ao fascismo encarnado na ditadura militar. Eunice Paiva é mais que uma heroína: um exemplo a ser seguido.
Meu querido Marcelo Rubens Paiva. Imagino como deve ter sido difícil pra você e suas irmãs verem, outra vez, como a força bruta e má podem destruir a felicidade de uma família de gente honrada e que se importava com o país.
Por fim, sinto-me honrado de estar do lado certo dessa história: de ter cuspido na cara do facínora que antes cuspiu no busto de Rubens Paiva e dedicou seu voto ao torturador de Dilma Rousseff na noite do golpe contra ela. Foi meu gesto possível de indignação contra o mal banalizado.
Walter Salles é talentoso demais, independentemente dos privilégios de classe de que goza. Aliás, creio que são esses mesmos privilégios que lhe permitiram colocar, no microfone da Rede Globo, a pergunta cretina sobre passar borracha no passado.
Só mesmos os cúmplices de uma ditadura que torturou, sequestrou, censurou e assassinou dissidentes ou não podem desejar que, uma vez restabelecida a democracia, o passado seja “esquecido”, que haja “anistia”. Querem sair impunes de seus crimes ontem e hoje.
Jean Wyllys é jornalista, professor universitário e político brasileiro. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, é ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro. Wyllys se tornou conhecido inicialmente por ter sido participante e ganhador da quinta edição do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo.