João Paulo Rodrigues: Especulação é a culpada pelo preço do arroz

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Compartilhado de Opera Mundi – 

Em entrevista a Breno Altman na última edição do SUB40, liderança do MST falou sobre alta no preço do arroz e a situação das lutas no campo

Na edição do programa SUB40 desta quinta-feira (17/09), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, conversou com João Paulo Rodrigues, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O ativista e agricultor falou sobre os motivos do aumento do preço do arroz e sobre a situação das lutas no campo pela reforma agrária.

Rodrigues desmentiu a afirmação de que o custo da produção do arroz aumentou e culpou a especulação pela alta dos preços do produto.




“Hoje, uma saca de arroz de 50 kg está sendo vendida a R$100. O custo de produção dessa mesma saca há seis meses atrás, para todo mundo, para o MST e para o agronegócio, foi aproximadamente de R$ 55 a R$60. Aonde está essa diferença de preços? Na especulação dos grandes atravessadores, que compraram todo o arroz e aproveitaram esse momento para aumentar o preço significativamente para entregar ao consumidor”, disse.

A liderança do MST ainda afirmou que essa diferença de valor não está sendo repassada aos produtores, “está ficando para as grandes corporações que compram o arroz”.

Ainda sobre as causas do aumento do preço do alimento, o ativista apontou para a falta de investimento na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é responsável por fazer a gestão da produção. “A Conab tinha duas outras importâncias: [fixar] o valor do preço mínimo, que ela ajuda a orientar, e ajudar na compra dos produtos. A crise na Conab bagunçou tudo”, afirmou.

Reforma agrária

Rodrigues ainda destacou o redirecionamento da luta do MST pela chamada reforma agrária popular, que visa a democratização das terras e mudanças com nível de desenvolvimento para produzir comida.

“O MST sonha que essa reforma agrária será possível pela combinação de luta e com algum governo progressista que concorde em fazer uma reforma agrária massiva e popular”. disse.

Segundo o ativista, “o movimento hoje tem muitas articulações, mas ele não pode perder o foco que é a luta pela terra, pela reforma agrária. O MST não é um partido, não é uma ONG, nós somos um movimento popular que luta por terra ou reforma”.

O programa

Todas as quintas-feiras, o fundador de Opera Mundi entrevista, ao vivo, uma personalidade da nova geração que está pautando a discussão política e cultural no país. O nome do programa, SUB40, vem a partir daí: uma conversa com as novas caras do debate público – aqueles com até 40 anos (ou um pouco mais) – para entender suas ideias e antecipar tendências.

Os espectadores também podem participar e fazer perguntas, por meio do chat do YouTube. As questões serão selecionadas e feitas por Altman para o entrevistado.

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