Russos foram suspensos de competições de futebol, mas Israel e os EUA, que invadiram e bombardearam países inteiros nunca foram punidos pela FIFA
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Russos foram suspensos de competições de futebol, mas Israel e os EUA, que sempre invadiram e bombardearam países inteiros nunca foram punidos pela FIFA
Na última terça-feira (01), a lenda do futebol egípcio Mohamed Aboutrika, campeão da Taça das Nações Africanas em 2006 e 2008, se manifestou em seu Twitter sobre a exclusão da seleção de futebol da Rússia pela FIFA, de competições internacionais. Aboutrika disparou:
“A decisão de excluir clubes e seleções russas de todas as competições deve ser também acompanhada pela exclusão de tudo o que é associado Israel, país que há anos mata crianças e mulheres na Palestina. Estão a usar dois critérios“.
A declaração do craque, aos 43 anos de idade, com um simples comentário expõe toda a falcatrua e a nojeira em que a FIFA está metida e, sobretudo, por quem é controlada: pelos países imperialistas.
É sabido que, na última semana, o mundo acompanha a reação russa contra a ofensiva imperialista no leste, disfarçada de acordos políticos e econômicos com a Ucrânia e os países do leste. Vladimir Putin, num ato de defesa contra a OTAN, invadiu o território ucraniano no intuito de expulsar o governo neonazista no país, financiado por interesses norte-americanos que vem sendo implementados no país, sobretudo, desde 2014, quando houve na Ucrânia um golpe de Estado apoiado pelos imperialistas.
As agitações da última semana têm sido manipuladas pela imprensa imperialista, que é financiada por grandes tubarões capitalistas do ocidente, interessados em deturpar o que realmente está acontecendo. Não é difícil perceber que os noticiários nunca explanam a situação da maneira ampla, buscando sempre mostrar a atitude russa como algo grotesco e desumano. No entanto, não explicam exatamente questão quando ignoram, de propósito, que as atitudes russas estão ligadas a um grande contexto e ocorrem, sobretudo, em defesa do povo russo massacrado por neonazistas na Ucrânia, mais precisamente nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde há maioria esmagadora de população russa.
Essa mesma imprensa capacho dos imperialistas anuncia pequenos atos pela “paz” em países imperialistas na Europa como na Alemanha, e até na própria Rússia. No entanto, não noticiam que há protestos em defesa da Rússia em mais de 70 cidades só nos EUA, além de atos por toda a América-Latina, inclusive no Brasil. Junto à pressão da imprensa burguesa, os boicotes estão vindo de todos os lados, na tentativa de sufocar a Rússia há sanções econômicas, sociais e as últimas vieram na área do esporte.
A FIFA, entidade corrupta e controlada por grandes potências europeias imperialistas aliadas a interesses norte-americanos, baniu a seleção de futebol russa de competições internacionais, sobretudo, da Copa do Mundo. A tentativa é fazer com que os atletas russos se voltem contra a defesa da própria nação.
A atitude é definitivamente ridícula e deve ser considerada uma grande palhaçada, colocando mais uma vez em questão a seriedade da FIFA. Mohamed Aboutrika, o jogador egípcio, desmascarou a entidade no mesmo dia, trazendo à tona os crimes que Israel comete contra o povo palestino que, a décadas, e inclusive durante os conflitos na Ucrânia, vem sendo massacrado pelo governo israelense. As perdas, mortes e desastres ocorridos na última semana são incomparáveis com os crimes que praticados por Israel, pelo menos desde 2014, quando os palestinos começaram a Marcha do Retorno. Bombardeios israelenses vitimam propositalmente crianças, mulheres e civis vulneráveis na Palestina e em países de etnia árabe. Tudo isso em pleno acordo com os norte-americanos, que ignoram a questão.
Seguindo a lógica de Aboutrika, que é correta, os Estados Unidos já teriam que ter sido excluídos de todas as competições internacionais de futebol. Isto porque os norte-americanos bombardearam covardemente países como Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria e, nos dias atuais, a Somália. O país que mais ganha dinheiro com armas e guerra no planeta são os EUA. Se formos fazer uma lista dos países que já atacaram outra nação com bombas nucleares, nessa lista só haverá os Estados Unidos.
Inclusive, é válido lembrar que Aboutrika é perseguido pela FIFA por seus posicionamentos em defesa da Palestina, pois o ex-meia é islâmico. Nas finais do Mundial de Clubes de 2020, ocorrido em fevereiro de 2021, o Al-Ahly teve dois atacantes suspensos para o jogo contra o Palmeiras. Mahmoud Kahraba e Hussein El Shahat foram suspensos por cumprimentar Aboutrika, que estava na arquibancada e é ídolo do clube, após o jogo contra o Bayern de Munique. Mesmo os dirigentes do Al-Ahly e os jogadores estando com teste negativo para a COVID, houve punição.
O banimento da seleção de futebol da Rússia pela FIFA escancara mais uma vez, entre outras, que a entidade de futebol é um grande um braço à serviço dos imperialistas. Portanto, é sempre utilizada para fins que interessam apenas aos países imperialistas, isto é, potências europeias e norte-americanos. Mais uma vez a entidade é utilizada para fingir preocupação com os direitos humanos e é desmascarada.
Na foto: CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Mohamed Aboutrika, ex-meia e craque da seleção egípcia e seu sucessor, Mohamed Salah, hoje craque do Liverpool e seleção do Egito. Os jogadores são mulçumanos. – Foto: Reprodução/Middle East Eye