Publicado em RBA –
O goleiro Claudio Bravo e os meias Arturo Vidal e Gary Medel pediram que governo cesse violência contra manifestantes
São Paulo – O meio-campo e capitão da seleção de futebol do Chile, Gary Medel, respondeu ao presidente Sebastián Piñera, que declarou nesta segunda-feira (21) que o país está em guerra pelos protestos em massa na capital do país, que ocorrem desde a última sexta-feira (18). O jogador disse que “uma guerra precisa de dois lados”, diante das 15 mortes e 2.100 prisões feitas pelo governo.
“Um guerra precisa de dois lados e aqui somos apenas pessoas que querem igualdade. Nós não queremos mais violência. Precisamos que as autoridades digam o que elas mudarão para resolver problemas sociais. Eles falam sobre crimes e não sobre soluções para o problema subjacente”, criticou o jogador, atualmente no Bologna, da Itália.
Nesta segunda, um toque de recolher foi anunciado em toda a região metropolitana de Santiago a partir das 20h, até as 6h desta terça-feira (22). Foi o terceiro dia consecutivo que a medida de exceção é decretada no país desde que começaram as manifestações originadas por protesto contra o aumento no preço do metrô da capital, na última semana, e cresceram diante do descontentamento com a qualidade dos serviços públicos.
Outros ídolos da seleção chilena em atividade, o goleiro Claudio Bravo e o meia Arturo Vidal, também definiram suas posições em apoio aos manifestantes. Bravo, jogador do Manchester City, criticou as privatizações feitas pelo governo do Chile. “Eles venderam água, eletricidade, gás, educação, saúde, aposentadoria, remédios, estradas, florestas, salinas do Atacama, geleiras, transporte para empresas privadas. Algo mais? Não vai ser muito? Não queremos um pouco de Chile. Queremos um Chile de todos”, disse.
Já o meio-campista do Barcelona Arturo Vidal pediu às pessoas que resistam. “Segurem-se no amado Chile! Os políticos têm que ouvir do povo como nos sentimos. As pessoas estão tendo dificuldades e estamos dizendo: pare! Vamos continuar em paz, por favor, sem violência, sem saques. Sem nos prejudicar”, afirmou.
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (Sifup) enviou solicitação à Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) do Chile para cancelar os jogos do campeonato nacional programados para este fim de semana.