Joias: Em depoimento à PF, Mauro Cid revela que seguia orientação de Bolsonaro

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Ex-ajudante de ordens prestou novo depoimento e contou detalhes sobre esquema de venda das joias recebidas pelo ex-presidente

Por Lucas Vasques, compartilhado de Fórum




Mauro Cid.Créditos: Lula Marques/Agência Brasil

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, prestou, nesta sexta-feira (26), novo depoimento à Polícia Federal (PF). Ele foi ouvido por videoconferência entre Brasília e Miami, nos Estados Unidos, por quase duas horas.

Na oportunidade, Cid revelou detalhes a respeito de um esquema de venda das joias recebidas por Bolsonaro em viagens oficiais enquanto era presidente.

O militar contou que trocou mensagens com um potencial comprador das joias e declarou que seguia as orientações de Bolsonaro.

Cid afirmou, ainda, que chegou a ir pessoalmente a uma loja nos Estados Unidos para negociar um relógio de luxo, avaliado em R$ 350 mil na época.

A questão é que os presentes recebidos por presidentes em viagens oficiais pertencem ao Estado e não podem ser comercializados.

Cid foi preso há cerca de um mês por desrespeitar termos do acordo de delação premiada. Agora, ele espera decisão sobre um novo pedido de liberdade, que está nas mãos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

pai de Mauro Cid, general Lourena Cid, também é alvo das investigações. Ele é apontado como envolvido no esquema das joias.

O militar estava, à época, no comando da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, nos Estados Unidos. Funcionários do órgão denunciaram que Lourena Cid guardava presentes recebidos por Bolsonaro em seu escritório.

Entretanto, ao investigar a sede estadunidense da Apex, a Polícia Federal e o FBI observaram que não há registros do circuito interno de monitoramento da época.

Policiais federais investigam nos EUA

Agentes da Polícia Federal estão nos Estados Unidos conduzindo a fase final das investigações relacionadas à venda das joias. A equipe é composta por um delegado e um agente.

Os policiais fizeram diligências em cidades como Miami, na Flórida; Wilson Grove, na Pensilvânia; e Nova York.

Durante a colaboração internacional, documentos e informações bancárias dos suspeitos foram enviados ao Brasil.

Os policiais brasileiros são acompanhados por agentes especiais da polícia dos Estados Unidos e usam a estrutura do FBI, a agência federal de investigação local.

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