Por Valentim Frateschi* –
Quando pensei em falar sobre LGBTTT e homofobia, decidi fazer uma “série” com entrevistas com algumas amigas e amigos. Minha intenção é ouvir a voz dessas pessoas, é ouvir as experiências, os medos, inseguranças e superações dos (as) adolescentes considerados anormais.
Há uma média de um(a) LGBTTTT morto no Brasil a cada 28 horas. Suicídios e homicídios por conta da homofobia.
Vamos para a entrevista!
Jorge (nome fictício):
Jorge tem 16 anos e é transgênero. Sim, ele era uma menina. Desde os oito anos ele tem uns sentimentos de “não quero mais ser menina”, mas apenas aos quatorze veio o pensamento concreto de “transgeneridade”.
Pergunto se ele tem medo ou se sente incomodada de falar para outros que mudou de gênero. “Em primeiro lugar, você pode se referir a mim no masculino, por favor. Segundo: Não, pois eu tenho orgulho da minha identidade de gênero”.
Ele diz que já sofreu preconceito de uma única pessoa. “E era uma questão de falta de conhecimento. Depois de longas conversas, tanto o pensamento, quanto o comportamento desta têm evoluído”, afirmou Jorge.
Além disso, ele teve medo de ser reprimido pela mãe que não reagiu bem de início, mas ele diz que mesmo assim suas relações mantiveram-se iguais com as pessoas próximas. “Foi um grande caos e deu em várias brigas, mas, depois de explicá-la sobre o que era ser trans, as coisas têm melhorado.”
Na minha opinião, Jorge é um menino que não tem problemas com sua identidade de gênero e que se alguém tiver, o problema é desse alguém. Me pareceu que, se for preciso, Jorge vai lutar pelos seus direitos. E este momento, provavelmente, acontecerá.
Aguardem o próximo capítulo…
Valentim tem 12 anos e já luta contra o preconceito, conversando e escrevendo sobre o assunto.