Por Washington Luiz de Araújo, jornalista
Existirmos, a que será que se destina? Para mim a pessoa que melhor respondeu com atos carinhosos, solidários a pergunta de Caetano Veloso em “Cajuína” foi e é o amigo, artista, jornalista Jorge Roberto Martins, o Jorginho.
O que Jorginho deixa como legado perene é que o nosso destino, do existir, é ser sempre leal, verdadeiro e meigo com todo mundo que cruze nosso caminho; é ser paciente frente as adversidades; é ser bem humorado, sempre terno e simpático, como sempre foi com a companheira Leila, com os filhos Beto e Nando, com as irmãs, sobrinhos, os netos e com os inúmeros amigos. Sendo assim, seremos eterno, como é o Jorginho.
Jornalista dos melhores, Jorginho sabia que não é o caminho usual começar um texto como este, sem o lead, sem explicar no primeiro parágrafo o que será discorrido no todo.
Aqui me dirijo direto ao amigo: perdão, Jorginho, sua vida, seu jeito meigo de lidar com ela não cabe num lead.
No dia 02 de janeiro, seu aniversário, quando completou 83 anos, Jorginho, você se imortalizou em partículas de cinzas. Pudemos pegar você e distribuí-lo pelo seu amado mar de Paquetá. Mais do que cinza, meu amigo, você se eterniza em nossas mentes, em nosso praticr de vida.
Outro dia, Jorginho, ao divulgar você tocando uma música ao piano, lembrei-me do que disse Saint Exupery: “Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.
Venho pensando sobre o que vi e ouvi de sua trajetória, Jorginho, e corrijo, com a ousadia de um pobre e grande plebeu, o autor do Pequeno Príncipe: você é aquele que jamais passará por nós, pois sempre estará ao nosso lado. Logo, não deixará um pouco de si, continuará a nos ensinar a conjugar o nós.
Ah, o lead: Veja as imagens da cerimônia de ontem. Este é o lead, mas nunca será a última das homenagens. Você, Jorginho, sempre viverá sendo reverenciado, pois sua matéria vida é tão fina…
Obs.: em seguida, farei um texto sobre a inauguração do Palco Jorge Roberto Martins, no Restaurante Zeca’s, na nossa, dele, Paquetá. Aí, sim com lead no primeiro parágrafo.