Ele usava tornozeleira eletrônica e a retirou de forma ilegal. Repórter segue foragido e é procurado pela Polícia Federal
Por Henrique Rodrigues, compartilhado da Revista Fórum
Uma reportagem apresentada pelo jornalístico dominical Fantástico, da TV Globo, mostrou que uma terceira pessoa participou do atentado a bomba frustrado contra um caminhão-tanque com 60 mil litros de querosene que tinha a intenção de explodir o Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, em Brasília, na véspera de Natal.
Se trata do jornalista cearense Wellington Macedo de Souza, de 47 anos. Ele já tinha sido preso em 2021, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter instigado a turba de terroristas bolsonaristas a invadir a mais alta instância do Judiciário brasileiro no feriado de 7 de Setembro de 2021, durante uma transmissão na qual disse que “a possibilidade é de 80% (de invasão ao STF). São centenas de ônibus. Quando falamos que o povo está indo para Brasília para retomar o poder, é a retomada do poder, já que o presidente da República não tem mais poder”.
Por conta disso, Wellington foi detido e ficou uns meses na cadeia, para posteriormente, uma vez condenado, ser colocado em liberdade vigiada por meio de tornozeleira eletrônica. O repórter retirou ilegalmente o dispositivo de monitoramento, não se sabe exatamente quando, o que configura um novo crime.
Dizendo ser o fundador da “Marcha da Família Cristã pela Liberdade”, o jornalista frequentava diariamente o acampamento golpista instalado pelos bolsonaristas na porta do Quartel-General do Exército Brasileiro em Brasília, de onde saiu boa parte dos terroristas que devastaram a capital federal no dia 8 de janeiro deste ano, destruindo as sedes dos três poderes da República.https://d-32539633022985868487.ampproject.net/2301031703000/frame.html
O plano tresloucado de mandar um dos aeroportos mais movimentados do país pelos ares veio à tona após o motorista do caminhão-tanque descobrir o artefato explosivo instalado em seu veículo e após as autoridades chegarem a George Washington de Oliveira Sousa, que por sua vez denunciou um outro comparsa, Alan Diego dos Santos. Com o avanço das investigações, a dupla presa inicialmente revelou a participação do jornalista no atentado, contando aos policiais que ele ficou responsável por instalar a bomba na carreta de combustível de aviação.
Como rompeu a tornozeleira e não pode ser localizado, Wellington Macedo de Souza é considerado pela Justiça um foragido e tem mandado de prisão decretado, também por conta das novas acusações que pesam contra ele.