Venda ocorreu abaixo do valor de mercado da companhia e uma única empresa, a Equatorial, apresentou proposta
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247 – Na última sexta-feira, o governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, concluiu a venda de 15% das ações da Sabesp para a Equatorial Energia por R$6,9 bilhões. O valor por ação foi de R$ 67, representando uma queda de 10% em relação à cotação do mercado naquele dia. O experiente jornalista Ricardo Galhardo, em uma postagem no X, criticou a operação, destacando a falta de concorrência no processo, uma vez que a Equatorial foi a única empresa a apresentar oferta pelo valor mínimo exigido. Para piorar, a atual presidente do Conselho da Sabesp atuava no conselho justamente da Equatorial.
Segundo Galhardo, a Equatorial possui apenas dois anos de experiência em fornecimento e saneamento, todos no Amapá, um estado com população pouco maior que os bairros de Grajaú e Vila Sônia. Em 2022, a Sabesp registrou uma receita de R$ 20 bilhões e um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, sendo considerada uma das empresas mais bem avaliadas do Brasil, com um valor de mercado estimado em R$ 53 bilhões. Apesar de adquirir apenas 15% das ações, a Equatorial terá direito a um terço das cadeiras no conselho da Sabesp, e o governo não terá poder para indicar o CEO.
Galhardo também mencionou preocupações com a transparência do processo e a capacidade da Equatorial de prestar serviços de qualidade, citando experiências negativas anteriores em outras privatizações conduzidas pela empresa. A crítica se estende à suposta subavaliação dos valores dos imóveis da Sabesp e à rápida ascensão financeira de Tarcísio de Freitas em contextos de venda de patrimônio público. Em resposta à postagem de Galhardo, o experiente jornalista José Paulo Kupfer cobrou uma investigação sobre a venda, que, segundo ele, tem cheiro de escândalo: