Jornalistas venais ajudariam a Lava Jato

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Por Mário Marona, jornalista, Facebook – 

Corporativismo escroto: jornalistas não respeitam sigilo de informações que estão sob segredo de justiça, mas a Folha esconde o nome dos coleguinhas que se deixaram usar pela Lava Jato.

Alguns jornalistas permitiram que Deltan escrevesse por ele perguntas e respostas de entrevistas simuladas.




Como a denúncia foi vazada em diálogos dos procuradores via Telegram, resta saber se Glenn Greenwald destinará aos repórteres que se corromperam a mesma proteção?

Trechos da matéria da Folha mostra a cumplicidade entre alguns repórteres e a Lava Jato:

Os diálogos examinados pela Folha mostram também que, em busca de aproximação com a força-tarefa, alguns jornalistas que mantiveram contato com Deltan pelo Telegram ignoraram balizas de natureza ética e usaram a discrição oferecida pelo aplicativo para passar informações aos investigadores em caráter sigiloso.

Em março de 2015, por exemplo, um editor escreveu a Deltan para dizer que o filho de um ministro do Supremo Tribunal Federal estava vendendo facilidades no mercado. O jornalista afirmou que o procurador podia contar sempre com sua colaboração, porque tinham objetivos comuns.

Na mesma época, três repórteres procuraram o chefe da força-tarefa para contar que assessorias de comunicação que trabalhavam para empreiteiras investigadas pela Lava Jato estavam alimentando as Redações com informações sobre disputas internas na Polícia Federal.

Um desses repórteres chegou a encaminhar ao procurador e ao próprio Moro um email que recebera de uma assessoria. Como escreveu no Telegram, ele achava que as empresas estavam tentando manipular os jornais e entendia que não devia permitir que elas continuassem fazendo isso.

O mesmo jornalista relatou a Deltan nessa época uma conversa que tivera com advogados de uma empresa e o que descobrira sobre a estratégia que eles desenvolveram para enfrentar a operação. O repórter contou que tinha gravado o encontro e disse que poderia mandar uma transcrição.
(…)
Vários jornalistas escreveram para parabenizar os procuradores por resultados obtidos pela operação. Dois recolheram em suas Redações assinaturas de apoio às medidas anticorrupção patrocinadas pelo Ministério Público no Congresso, e um deles insistiu com Deltan para entregá-las pessoalmente em Curitiba.

Alguns repórteres submeteram ao coordenador da força-tarefa os textos de suas reportagens antes da publicação, para que apontasse erros ou imprecisões. Outros concordaram em publicar entrevistas que Deltan respondeu por escrito, inclusive com o acréscimo de perguntas que não tinham sido feitas.

“O repórter deu liberdade para fazer novas pergutnas, desconsiderar o que entendesse impertiennte, criar”, disse o procurador aos assessores certa vez. “Temos na nossa mão o que queremos para dar o foco em que quisermos… as perguntas que criarmos aparecerão como dele, mas temos que manter é claro sigilo sobre isso rs”.

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