Um crime histórico contra o futuro do Brasil está para ser cometido. Todo brasileiro deveria saber dele. Se você tem o mínimo de preocupação com o País, leia até o final.
O Brasil tem escolas públicas de nível superior de altíssima qualidade. Algumas dessas escolas são sexagenárias, como é o caso do Instituto Rio Branco, que forma a diplomacia brasileira, uma das melhores do mundo.
Um outro exemplo de fundação pública de excelência é a Fundap (Fundação de Desenvolvimento Administrativo), criada há mais de 40 anos pelo governo de São Paulo, cujo objetivo maior é o de fazer a ponte entre o conhecimento gerado em nível universitário e sua adaptação às necessidades da administração pública.
A Fundap promove formação profissional para servidores públicos de diversos órgãos pelo Brasil e, além disso, forma ou cede parte de seus quadros para governos do Brasil inteiro, com prioridade para o Estado de São Paulo.
Seguramente não há um único governo médio ou grande no Brasil que não tenha em seus quadros pessoas da Fundap ou formadas pelo órgão, uma vez que a administração pública brasileira, com sua profusão de leis e burocracias, é uma das mais difíceis de gerir no mundo. Sem esses técnicos, que trabalham independentemente do partido político (mesmo o pior governante do mundo precisa de um servidor que saiba de orçamentos, leis, licitações etc.) qualquer governo não consegue fazer absolutamente nada: seja construir uma escola, abrir concursos ou gerir orçamentos complicadíssimos.
Ocorre que esta verdadeira preciosidade da educação brasileira será fechada nos próximos dias por determinação do governador Geraldo Alckmin, segundo ele próprio por medida de economia. Em sua avaliação, o fechamento da Fundap gerará uma economia de 1 bilhão de reais anuais aos cofres do Estado. O argumento é o mesmo que poderia ser utilizado para fechar outras conquistas da educação brasileira, como o ITA, o IPEN e a própria USP. Você deixaria que isso acontecesse?
Prefeituras e governos de diversos lugares do Brasil e até políticos e intelectuais sérios do próprio partido do governador têm feito pressão para evitar esta medida, dado o comprometimento futuro da gestão pública em todas as suas esferas. Sem a Fundap, a única escola que formará quadros para a gestão pública será a FGV, privada, caríssima, que serve a uma grande elite pouco disposta a trabalhar em órgãos públicos, os quais costumam pagar pouco em se comparando com o mercado privado. Se hoje já temos obras paradas, longas burocracias e desperdícios de recursos por incompetência gerencial, imagine como será quando os quadros da Fundap irem se aposentando.
Trata-se, sem nenhum exagero, de um crime histórico, que comprometerá a vida do povo brasileiro nas próximas décadas.
Como eu sempre digo, a gestão Alckmin, com sua visão imediatista, financista e medíocre, a longo e médio prazos, está comprometendo o futuro do povo de São Paulo, em absolutamente todas as áreas que deveria cuidar. Desta vez o ataque foi na jugular da gestão pública do Brasil. Mas, quem sabe disso, não? E quem se importa