Jovem é ameaçado com arma de fogo por usar roupa vermelha no DF

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Publicado em Mídia Ninja – 

Boletim de Ocorrência feito por Onassis Vinícius




Confira o depoimento de Onassis:

“Quem me conhece sabe que toda manhã eu ando 30 minutos até a estação de metrô, raras são as vezes que pego Uber até lá, até porque sempre gostei de andar. Ontem a 5 minutos da minha casa, fui abordado, empurrado e depois com uma arma na cabeça, humilhado.

O motivo? muito simples, um homem que estava vestindo uma blusa do Bolsonaro me viu de longe, chegou em mim já aos gritos e deduziu que eu sou petista e viado.

Não, eu não estava com nenhum adesivo nem nada assim, o motivo pra tal dedução foi que eu estava todo vestido com a cor vermelha, a escolha tinha sido aleatória pra aquela manhã.

Apontando uma arma pra mim, além de fazer varias ameaças, fez questão de dizer que continuaria por ali, sabe porque? Pelo simples fato que ele sabe que não há ninguém que esteja interessado em pará-lo. Quando tudo isso aconteceu, haviam varias pessoas próximas, você acha que alguma delas fez algo?

Quando fui na delegacia, além de tentarem me fazer DESISTIR de fazer a ocorrência, ainda foi me dito que nada poderia ser feito, tudo isso acompanhado do fato de que se negaram a por toda a descrição que eu fiz, eu corri 15 minutos com um rosto gravado em minha mente, somente para descobrir que de nada seria útil. O agente em questão, me disse que SEM O NOME eles não tinham como intimar nem nada, agora me diz, como vou saber o nome de um imbecil que me derrubou, colocou uma arma na cabeça, me fez ajoelhar e depois correr?! Isso é IMPOSSÍVEL.

O descaso foi gigantesco e a ameaça também, perdi o direito de ir e vir da minha própria casa, o caminho que eu fiz durante 4 anos eu não poderei continuar fazendo porque aumentam as chances de eu levar um tiro aos sons da algazarra dos mesmos que berram “PT NUNCA MAIS”.

Vocês entendem o quão grave é isso? uma arma apontada a alguém por causa da sexualidade que nem se quer é uma escolha, uma arma apontada a alguém por causa da cor da roupa.

Eu não consegui falar uma palavra do início eu fim, eu só pude correr, foi a única opção que me foi dada.

Eu não vou deixar de defender o movimento LGBTQI+, nunca na minha vida, nem que pra isso eu morra, nem que eu perca minha sanidade, eu me manterei firme e irei lutar a favor do que eu acredito.”

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